Na pandemia, prevenção ao câncer colorretal no Piauí cai em 64% e entidade faz alerta

30/03/2021 18h01


Fonte cidade verde

 Imagem: Reprodução A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) faz um alerta sobre a prevenção ao câncer colorretal no Piauí. Neste mês, a campanha “Março Azul” reforça a necessidade de cuidados já que os dados comprovam a diminuição de exames preventivos no estado.

De acordo com a Sobed, “devido à pandemia de Covid-19, em 2020, a procura por um dos principais exames de rastreio do câncer colorretal caiu dramaticamente. Em todo o país, o número de colonoscopias foi 31% menor, se comparado a 2019. No Piauí, em 2020, o tombo foi ainda mais drástico: o número de colonoscopias caiu 64%”.

De 2010 a 2019, o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde aponta que 1.400 pessoas residentes no Piauí morreram em decorrência da doença. Já o Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SUS) revela que no ano de 2019 foram feitos 1.911 exames enquanto o ano de 2020 registrou apenas 691 exames.

“A situação é preocupante, uma vez que o câncer colorretal já ocupa o segundo lugar no ranking de neoplasias mais letais para homens e mulheres no Brasil”, afirma a Sobed, acrescentando que, somente “nos últimos dez anos, foram identificadas 162.790 mortes e 686.142 hospitalizações causadas pela doença”.

A SOBED ressalta que a campanha Março Azul “analisou as bases oficiais de informação do SUS (Sistema Único de Saúde) para alertar a sociedade sobre a necessidade de prevenção dessa doença, que atinge o reto e intestino e ainda é pouco discutida no Brasil”.

O presidente da SOBED, Ricardo Anuar Dib, considera que “os métodos diagnósticos devem ser oferecidos de forma sistematizada pelo SUS para rastrear os pacientes mais propensos a desenvolver esse tipo de câncer. Quando alterações no reto e intestino são diagnosticadas em estágios iniciais, há possibilidade de intervir precocemente e prevenir uma evolução desfavorável, na maioria dos casos”.

AUMENTO DE CASOS

Compilados pela SOBED, os dados de mortalidade decorrentes do câncer colorretal, indicam que, somente em 2019 (último dado disponível), foram registrados 19.685 óbitos por câncer do cólon, da junção retossigmoide e do reto no Brasil.

“Os casos vêm aumentando, em média, cerca de 5% a cada ano, tendo sido observado um crescimento de 51% em relação aos casos registrados em 2010 (13.070)”, constata a instituição.

O coordenador da Campanha Março Azul e presidente da Comissão de Ações Sociais da SOBED, Marcelo Averbach, acrescenta que o passo decisivo para mudar o cenário atual é investir em ações de prevenção.

“É preciso mobilizar toda a sociedade para reverter com urgência essa grave situação. Somente será possível reduzir os altos números de mortes verificadas no Brasil, se ampliarmos o acesso aos procedimentos diagnósticos. Nesse sentido, o apelo da campanha Março Azul é também direcionado aos governantes e gestores públicos. É imprescindível que o País elabore políticas de saúde com foco no tema, para garantir aos pacientes chances efetivas de tratamento e cura”, diz.

ILUMINAÇÃO ESPECIAL

Como forma de apoio à iniciativa Março Azul, edifícios públicos estão iluminados com a cor azul, além de monumentos de todo o Brasil, como: o Cristo Redentor (RJ), o Congresso Nacional (DF), o Teatro Amazonas (AM), o Palácio de Karnak (PI) e o Memorial da América Latina (SP).


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Tópicos: campanha, exames, colorretal