Dia do Trabalhador: conheça quem atua por trás das despedidas e luto

01/05/2025 14h35


Fonte ClubeNews

Imagem: Divulgação/PexelsDia do Trabalhador: conheça quem atua por trás das despedidas e luto.(Imagem:Divulgação/Pexels)Dia do Trabalhador: conheça quem atua por trás das despedidas e luto.

No Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, o Portal ClubeNews dá visibilidade a duas profissões essenciais, mas pouco reconhecidas: a tanatopraxia e o cerimonial de luto. Nos bastidores, os profissionais como Felipe Batista e Wilmara Weronesa trabalham para garantir que o último momento com quem partiu seja vivido com respeito, dignidade e acolhimento.

Felipe é tanatopraxista há 11 anos e também atua como professor de necropsia. Seu trabalho começa quando o corpo chega à funerária e passa por um processo de conservação que substitui o sangue por produtos químicos. “O sangue natural acelera a decomposição. Com a tanatopraxia, conseguimos preservar o corpo para o velório, dando tempo e dignidade à despedida”, explica.

O procedimento vai além da técnica. Há também uma preocupação estética em devolver ao falecido uma aparência serena, que traga algum consolo visual à família. “A gente tenta amenizar a tristeza do semblante, trazendo uma aparência mais digna, como se a pessoa estivesse em paz”.

Antes da preparação, Felipe realiza uma análise técnica do corpo: identifica a causa e a hora da morte, conversa com os familiares e define o tipo de procedimento adequado.
Imagem: Mayrla Torres/Portal ClubeNewsTanatopraxia Felipe Batista(Imagem:Mayrla Torres/Portal ClubeNews)Tanatopraxia Felipe Batista

O tempo de preparação varia de uma a três horas, dependendo do estado do corpo. Em casos de acidente, pode envolver reconstrução facial e corporal. “Quando chega muito machucado, penso: ‘Vou dar uma aparência digna para esse falecido’”, comentou.

Apesar da responsabilidade, ele sente que a profissão ainda é invisibilizada. Mesmo assim, ele sente que encontrou um propósito. “Foi a tanatopraxia que me escolheu. A gente tem esse dom de querer ajudar a família a se despedir com mais leveza”, afirmou Felipe.

Já Wilmara atua no acolhimento direto às famílias. Agente funerária, ela é responsável pelo cerimonial de luto — função voltada a tornar o momento do velório mais humano e espiritualizado. “As famílias chegam muito fragilizadas. Nosso trabalho é suavizar esse impacto emocional com acolhimento, palavras cuidadosas e apoio religioso, quando desejado”, explicou.
Imagem: Mayrla Torres/Portal ClubeNewsAgente Funerária Wilmara Weronesa (Imagem:Mayrla Torres/Portal ClubeNews)Agente Funerária Wilmara Weronesa 

Ela também cuida da ornamentação do esquife (termo técnico para caixão), ajuda com a maquiagem pós-tanatopraxia e organiza o ambiente para que a cerimônia aconteça com serenidade. “Utilizamos maquiagem bem leve, só para devolver um pouco da vitalidade da pele. A ideia é que a pessoa pareça estar dormindo”, contou.

Ambos os profissionais destacam a importância de manter o emocional equilibrado para lidar com o luto dos outros sem se perder no próprio. “Você precisa ter um senso afetivo forte, paciência e uma boa oratória. No fundo, o velório também é um tipo de evento, só que mais espiritualizado”, refletiu Wilmara.

Felipe compartilha da mesma visão. “A gente não tem contato com a pessoa, com o falecido, não tem aquele vínculo emocional, mas pensamos na família e fazemos um ótimo serviço que é para a família se despedir”, concluiu.


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