José Paraguassú lança o álbum "Trem do Sertão"

14/02/2023 15h30

Da redação do FlorianoNews redacao@florianonews.com


Imagem: DivulgaçãoJosé Paraguassú lança o álbum José Paraguassú lança o álbum "Trem do Sertão"

José Paraguassu é cantor, compositor, escritor, jornalista e produtor cultural. Poeta assíduo, tem mais de 800 poemas publicados, é membro da academia de Letras e Belas artes de Floriano e Vale do Parnaíba (ALBEARTES). Levado pela canção aos caminhos da poesia, o compositor se descobriu poeta e visse versa. As linguagens se misturam dentro do universo desse artista numa coisa só (e são!), a belíssima obra escrita e publicada de José Paraguassu ganha agora mais um filho, seu primeiro álbum musical como interprete “cantautor” de suas músicas, todas inéditas e com a sua leitura autoral. O compositor já foi gravado antes por outros intérpretes em seus respectivos trabalhos e pela primeira vez se coloca como cantor de sua obra. “Trem do sertão” é nome do álbum de José Paraguassu lançado em 2023, o incipiente, ou o mais recente para aqueles que como eu esperam por muitos outros!

Como bom discípulo nordestino, José Paraguassu não poderia começar o álbum de maneira melhor se não, pedindo a benção a Seu Lua! A primeira faixa intitulada “Luiz” relembra e homenageia o rei do baião, Luiz Gonzaga. A letra da canção é recheada de referências a figuras poéticas presentes nas músicas do repertório de Gonzaga, assim como o ritmo dolente e um acompanhamento instrumental tradicional de forró pé-de-serra que nos remete imediatamente ao homenageado.

A segunda faixa intitulada “Mãe” é uma balada jovem guarda com um tempero dos “Incríveis”, já mostrando que iremos passear por vários climas e texturas nessa experiencia musical. A letra narra um embate familiar de um jovem transgressor nos costumes para a sua época (lendo-se de maneira anacrônica), que movido por uma paixão avassaladora enfrenta tudo para estar junto da amada.

A terceira faixa intitulada “Boi valente” é um baião pesado, narrando a história da jornada de herói de um vaqueiro valente, personagem este emblemático no folclore e no imaginário da cultura nordestina. É muito simbólico como o eu lírico apresenta fascínio e paixão por essa figura.

A quarta faixa intitulada “Trem do sertão” é a que dá nome ao álbum, é o trem que puxa os vagões das músicas. Uma canção rock rural, à la Zé Geraldo, ou Sá e Guarabira, muito bonita e imagética. A letra faz um paralelo entre a máquina locomotiva e a vida, a ideia de movimento do trem e os ciclos que passam por nós nessa trajetória.

A quinta faixa intitulada “Desolação” é um xote lamento, a letra é carregada de aridez, ilustra os cenários da seca no sertão e das agruras enfrentadas pelo sertanejo nos períodos mais rigorosos de estiagem. Ainda, reforça a afirmação de Euclides da Cunha: “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”. A instrumentação minimalista (violão, sanfona e percussão) orna perfeitamente a “escassez” trazida na temática.

A sexta faixa intitulada “Pedindo um verso” é um baião xaxado com uma ótima condução de sanfona. Na letra o eu lírico enamorado exalta a beleza e os encantos da amada e mais uma vez encara todas as barreiras pra ficar junto dela porém, aqui num tom mais corajoso e afrontoso.

A sétima faixa intitulada “Porteira” é uma balada com um tom mais reflexivo, uma parceria de José com sua esposa e também poetisa Dina Paraguassu. O cenário da música nos transporta para dentro de uma fazenda, onde novamente a figura do vaqueiro aparece, só que dessa vez numa perspectiva de oprimido, além de revelar o lado mais sensível desse personagem para além da imagem da força e coragem.

A oitava faixa intitulada “Bobeira” é um samba nos moldes daqueles paulistanos da década de 50. Um salve a Adoniran Barbosa! Na letra que claramente faz referencias ao mestre, o eu lírico lamenta a partida da mulher amada, tudo isso num tom calhorda e leve como fazia muito bem Adoniran.

A nona faixa intitulada “Me leve” é uma música soturna, marcada por acordes “escuros”. Uma canção de êxodo, da trajetória de quem precisou sair do lugar de origem e agora carece voltar. O eu lírico recorda imagens, momentos e sentimentos que por agora lhe provocam saudades e nostalgia.

A decima faixa intitulada “Rio Parnaíba” é uma canção balada, homenageando agora o velho monge, elevando ainda mais a beleza desse rio através da leitura poética e sensível de cada imagem que o letrista elegeu para compor a letra. A canção também denuncia o descaso com a preservação do rio, em um lamento contestador.

A decima primeira faixa e última do álbum intitulada “Galope sertanejo” é a única faixa instrumental, entoada por um violão solo num clima mouro nordestino misterioso, não à toa encerra essa sessão, é a corda, é o último ato de quem já disse tudo que precisava dizer, por ora!

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