Neymar revive drama de lesões e histórico complica recuperação entre otimismo e cautela
26/11/2022 09h38Fonte O Globo
Imagem: AFP
Neymar Jr está fora de próximos jogos do Brasil na Copa do Mundo do Catar.
Neymar Jr está fora de próximos jogos do Brasil na Copa do Mundo do Catar.É possível dizer que o maior adversário de Neymar em três Copas do Mundo ao longo de sua carreira são as lesões. Jogador que mais apanhou na estreia do Brasil diante da Sérvia — nove faltas sofridas —, o atacante ficará de fora da primeira fase para tentar voltar no momento decisivo, mas já se sabe que a recuperação será complicada. Com lesão no ligamento lateral do tornozelo direito, o camisa 10 fará tratamento intensivo para retornar nas oitavas de final, em dez dias, e não vai a campo contra Suíça e Camarões.
O mesmo vale para o lateral direito Danilo, que teve lesão semelhante, mas no ligamento medial do tornozelo esquerdo, na parte de dentro do pé. A vitória na primeira partida fez o departamento médico e a comissão técnica da seleção brasileira agirem com cautela e otimismo e tratarem o problema da dupla por etapas. Se fosse um jogo decisivo, Neymar jogaria no sacrifício em caso de lesão ligamentar leve. Que começa com um estiramento e pode chegar até a uma ruptura total da estrutura. Há ainda variados graus de estiramento, que influenciam no tempo de recuperação. O que se sabe é que o problema de Neymar não é grave em nenhum dos casos. A saída do estádio caminhando foi um bom indício.
Entretanto, o drama se estabeleceu a partir do comunicado preventivo. Um agravante importante é que o pé lesionado é o mesmo que, em 2018, quase tirou o jogador do Mundial da Rússia. O craque ficou afastado durante 11 semanas após sofrer uma lesão na base do quinto metatarso do (estrutura óssea que sustenta o dedo mindinho). Os problemas físicos perduraram ao longo da temporada e o fizeram jogar uma Copa no sacrifício. Em janeiro de 2019, o jogador do PSG sofreu a mesma contusão. Em seguida, rompeu o ligamento do tornozelo e foi cortado da Copa América. Ao todo, Neymar ficou afastado dos gramados entre junho e agosto de 2019. Foram 63 dias de recuperação. A sucessão de entorses dificulta um pouco mais a recuperação.
Chance de voltar
A coleção de traumas não para por aí. Na Copa do Mundo do Brasil, em 2014, Neymar era a grande esperança da seleção e fazia um ótimo Mundial. Até a partida contra a Colômbia, pelas quartas de final, quando o camisa 10 sofreu uma entrada dura de Zúñiga e fraturou a terceira vértebra da coluna. Ele precisou sair de maca, ficou quase dois meses longe dos gramados, e ficou de fora da semifinal contra a Alemanha.
“Hoje se tornou um dos momentos mais difíceis da minha carreira… e de novo em uma Copa do Mundo. Tenho lesão, sim, é chata, vai doer, mas eu tenho certeza que vou ter a chance de voltar porque eu farei o possível para ajudar meu país, meus companheiros e a mim mesmo. Muito tempo de espera para o inimigo me derrubar assim? Jamais!”, escreveu Neymar depois que o médico da CBF, Rodrigo Lasmar, comunicou o quadro e pediu “calma e tranquilidade” com os próximos passos.
Como não há como ter certeza sobre até onde o Brasil vai na atual edição, houve a confirmação da ausência dos jogadores apenas diante da Suíça, pela segunda rodada, na segunda-feira. Mas o prazo de recuperação pleno para um problema de gravidade leve como este não é menor do que uma semana. Neymar, que saiu de campo mancando muito, amanheceu com o local ainda inchado, e terá um cronograma para saber se estará disponível nas oitavas de final. Já Danilo, que aparentemente não se queixou de nada grave após a partida, que jogou inteira, será alvo dos mesmos procedimentos para redução do edema no tornozelo.
A contenção desses edemas é feita com o trabalho de fisioterapia, já iniciado. Quando houver redução da dor e do inchaço, os profissionais da seleção iniciam um trabalho de manutenção do arco de movimento, que implica em avaliar se o atleta aguenta que o tornozelo vire para todos os lados. Uma complicação dessa etapa impede por exemplo que Neymar possa correr normalmente, chutar a bola e usar o pé direito como base de apoio. A etapa seguinte consiste em fazer um fortalecimento muscular da região para liberação para treinos e jogos. Ou seja, que toda a estrutura que sustenta o tornozelo esteja firme para que, mesmo com alguma dor, o camisa 10 consiga jogar mediante medicação e proteção da área. Diante do diagnóstico, a liberação para treinos e jogos não aconteceria até domingo, véspera do jogo conta a Suíça. Como nesse momento não há necessidade nenhuma disso, a seleção vai preservar o atleta para o momento que mais precisar.
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