Flamengo abre a semana com o desafio de estancar conflito exposto entre Pedro e Sampaoli

31/07/2023 08h10


Fonte ge

Panos quentes, mas um problema ainda longe de ser resolvido. Se o desligamento de Pablo Fernández, que será confirmado nesta segunda-feira, estanca o caos causado pela agressão no vestiário do Independência, a diretoria do Flamengo tem um desafio na busca por dias de paz no Ninho do Urubu: estancar as feridas na relação deteriorada entre Pedro e Jorge Sampaoli.
Imagem: Marcos Ribolli  Pedro, do Flamengo, encobre rosto após sentir gás de pimenta: último jogo como titular.(Imagem:Marcos Ribolli ) Pedro, do Flamengo, encobre rosto após sentir gás de pimenta: último jogo como titular.

Por mais que a diretoria entenda que o causador da crise deflagrada no fim de semana seja seu preparador físico, Pedro foi literal e objetivo ao expor que os conflitos já existiam antes do soco que recebeu após a vitória sobre o Atlético-MG. O atacante, que será punido pelo Flamengo por ter se recusado a aquece no último sábado, define como "covardia psicológica" o tratamento recebido recentemente e há rusgas escancaradas com Jorge Sampaoli.

O incômodo do camisa 9 vai além da redução de minutos em campo. Pedro entende que foi deixado de lado pelo treinador e sua comissão nas últimas semanas no dia a dia no Ninho do Urubu, e o estopim para a ruptura entre as partes aconteceu no vestiário da Arena do Grêmio após a vitória por 2 a 0 pela semifinal da Copa do Brasil, na última quarta-feira.

Na ocasião, Pedro substituiu Gabigol aos 33 minutos do segundo tempo e não mexeu no placar. Jorge Sampaoli demonstrou incômodo com o gol perdido após jogada individual já nos minutos finais e disse que o atacante perdeu a oportunidade de definir a eliminatória para o Flamengo com o terceiro gol (assista ao lance abaixo). No mesmo jogo, Gabriel perdeu um pênalti no primeiro tempo.

O diálogo foi a deixa para Pedro manifestar sua insatisfação com a perda de espaço no time, uma vez que não foi utilizado contra o Athletico-PR na Arena da Baixada e entrou nos minutos finais contra América-MG e Grêmio. Entre questionamentos sobre o que deveria fazer para ter mais oportunidades, o atacante relatou para pessoas próximas o descontentamento com uma frase de Sampaoli:

- Você é muito religioso. Tem que brigar mais!
Imagem: Gilson Lobo/AGIFJorge Sampaoli(Imagem:Gilson Lobo/AGIF)Jorge Sampaoli

As últimas semanas citadas por Pedro em seu posicionamento público representam ainda uma percepção de que não tem abertura do comandante para diálogos mais profundos a respeito do que aprimorar taticamente para recuperar espaço na equipe. Os questionamentos são respondidos com "precisamos encontrar um caminho".

Do lado de Sampaoli, o posicionamento é distinto e os relatos apontam para encontros ao longo dos últimos meses com exibição de vídeos individualizados com orientações que pudessem maximizar as qualidades e movimentação para se tornar mais participativo nos jogos. O treinador já externou em entrevistas a preferência por um centroavante de maior mobilidade e chegou até mesmo a elogiar o esforço de Pedro para adaptação.

Questionado pelo ge a respeito do comentário sobre a religião, a resposta de Sampaoli foi de que "não houve nenhum comentário sobre a vida pessoal do Pedro, principalmente, em relação às escolhas religiosas". Além disso, foi reforçado que "todos os treinamentos são para todos do grupo. Todos os jogadores participam das mesmas atividades de ataque, assim como todos participam das ações defensivas".

O ruído, por sua vez, existe e foi exposto também pelo comandante em sua nota oficial quando fala sobre uma "disputa interna cujas razões existem". No mesmo texto, fala em como ajudar Pedro e Pablo após o episódio no Independência, mas não houve qualquer tipo de contato entre Sampaoli e o atacante no decorrer do domingo, o que aumenta a expectativa para o encontro nesta segunda-feira.

Números de Pedro com Sampaoli

Pedro jogou 1.290 minutos desde que o Sampaoli assumiu como treinador, na partida contra o Ñublense, no Maracanã, pela Libertadores. Foram 27 jogos do argentino treinando o Rubro-Negro, em 23 delas o centroavante foi relacionado com uma média de 56 minutos em campo. Depois de um começo com titularidade e muito tempo de jogo, o centroavante vem perdendo espaço a partir do começo de junho.

Desde a vitória contra o Grêmio por 3 a 0, no dia 11 de junho, o centroavante foi titular em apenas quatro das 11 partidas, jogando 90 minutos em apenas uma delas. Nos últimos quatro jogos, foi reserva em todos, não saiu do banco duas vezes e esteve no gramado por somente 27 minutos.

Em termos de comparação, nas primeiras 12 partidas sob comando do argentino, o camisa 9 foi titular em 11 (a exceção foi o clássico contra o Fluminense) e disputou a partida na íntegra seis vezes. O mesmo aconteceu com a produção do atacante. Foram 8 gols marcados no começo da passagem do treinador argentino contra apenas três nas últimas partidas.

Desde que chegou ao Flamengo, Pedro disputa a posição de centroavante com Gabigol. Apenas sob o comando de Dorival Júnior os dois atacantes conseguiram se encaixar e jogar constantemente juntos no time titular.

No começo de 2023, ainda quando Vítor Pereira treinava o clube, Gabriel manifestou o desejo de ser utilizado como referência de ataque e disputar a posição com o camisa 9. Até a chegada de Sampaoli, Pedro era um dos grandes protagonistas da equipe no ano. Foi relacionado para 18 partidas entre Recopa, Supercopa, Mundial, Carioca e Brasileiro, marcou 15 gols e deu três assistências.
Imagem: Reuters  Flamengo x Al-Hilal Pedro lamenta semi Mundial. (Imagem: Reuters ) Flamengo x Al-Hilal Pedro lamenta semi Mundial.

O Rubro-Negro abre o confronto de oitavas de final da Copa Libertadores contra o Olimpia nesta quarta-feira (02), às 21h (de Brasília), no Maracanã, e decide a vaga fora de casa no mesmo horário da semana seguinte, no dia 09 de agosto.

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Tópicos: flamengo, pedro, sampaoli