Derrota com boa apresentação de um Brasil renovado na Copa Davis

07/03/2020 11h39


Fonte Globoesporte

Imagem: GettyClique para ampliarMarcelo Demoliner e Felipe Meligeni Copa Davis Brasil x Austrália(Imagem:Getty)Marcelo Demoliner e Felipe Meligeni Copa Davis Brasil x Austrália
Não bastassem os mais de 13 mil quilômetros de viagem e a data na contramão do circuito um mês após o primeiro Grand Slam da temporada, o confronto do Brasil diante da Austrália no qualificatório da Copa Davis se apresentava bastante complicado também pelo nível dos adversários. Mesmo com a derrota previsível por 3 a 1, a equipe capitaneada por Jaime Oncins deixou boa impressão diante do time liderado por John Millman, 43º colocado do ranking da ATP, e Jordan Thompson, que ocupa a 63ª posição.

A alta expectativa que cercava a primeira atuação de Thiago Wild desde o título no saibro do ATP 250 de Santiago se confirmou. O paranaense superou a falta de adaptação à quadra rápida de Adelaide e teve um desempenho bastante satisfatório apesar do revés diante de Millman. O adolescente de 19 anos provou que o jogo versátil e a direita agressiva o colocam no grupo dos tenistas mais promissores do circuito na atualidade.



O domínio diante de um top 50 por um set e meio é uma grande demonstração do potencial de Thiago Wild.em um cenário nada incomum para os principais representantes da chamada Next Gen. Ter maturidade para sair vencedor em partidas como a desta sexta-feira é consequência das lições aprendidas nas derrotas e da evolução que os pequenos ajustes técnicos, táticos e mentais proporcionam.

A mais grata surpresa do confronto diante da Austrália foi Felipe Meligeni, melhor tenista em quadra na vitória brasileira nas duplas. O campineiro de 22 anos protagonizou a partida em parceria com o gaúcho Marcelo Demoliner e desbancou o favoritismo dos anfitriões James Duckworth e John Peers em plena estreia em Copa Davis com desenvoltura e competividade que fizeram lembrar o tio, Fernando Meligeni, grande nome da equipe brasileira nos anos 1990.

O nível homogêneo apresentado pelo time capitaneado por Jaime Oncins traz boas perspectivas para o comandante após uma década de poucas variações na convocação da Copa Davis. Thomaz Bellucci, Bruno Soares e Marcelo Melo foram nomes praticamente certos nas listas de João Zwetsch nos anos 2010, uma época em que só quatro tenistas eram escolhidos. É fato que a confiabilidade nos atletas era maior, mas a flexibilidade da escalação quase inexistia.

Principal nome da equipe brasileira da Copa Davis desde o início da trajetória de Oncins como capitão, Thiago Monteiro agora carrega o incômodo retrospecto negativo de 7 vitórias e 8 derrotas na competição por países após os dois reveses deste final de semana. A variação apresentada na grande maioria dos jogos em 2020 e exibida novamente diante de John Millman serve de alento para o cearense.

Quem pode colaborar para uma melhora dos resultados de Thiago Monteiro na Copa Davis é o xará Wild. Em franca evolução, o paranaense de 19 anos tira a responsabilidade do número 1 do Brasil diante da possibilidade de colaborar com vitórias para a equipe. Atual 113 do mundo, o campeão em Santiago tem a chance de ultrapassar o cearense, que ocupa a 82ª posição, até o próximo confronto nos dias 18 e 19 de setembro.

Com a derrota no qualificatório diante da Austrália, o Brasil não tem mais chances de disputar a fase final da Copa Davis em novembro de 2020 e agora aguarda um dos vencedores do Grupo Mundial I, equivalente à segunda divisão da competição por países. Em caso de vitória no confronto de setembro, a equipe nacional retorna à fase preliminar em março de 2021 em busca de uma vaga na elite.

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