Análise: Vasco ativa "modo Copa" para despachar o Botafogo e chegar a mais uma semifinal
12/09/2025 09h43Fonte ge
Mal das pernas no Brasileirão e com uma eliminação impiedosa na Sul-Americana na bagagem, o Vasco ativou o "modo copa" no momento certo da temporada para despachar o Botafogo da Copa do Brasil. O clube, a exemplo do que ocorreu no ano passado, está classificado para as semifinais.A vaga veio depois de dois clássicos equilibrados e dois empates em 1 a 1. Nessa quinta-feira, no Nilton Santos, a equipe comandada por Fernando Diniz sofreu sustos e precisou segurar a pressão do adversário, mas também poderia perfeitamente ter matado a partida com bola rolando.
O Botafogo teve mais a bola o tempo todo (54%) e terminou o jogo com 19 finalizações (contra apenas oito). Mas o Vasco praticamente igualou o número de chutes na direção da meta (cinco contra seis) e só não conseguiu o gol que dispensaria a decisão por pênaltis porque Rayan finalizou fraquinho depois de grande jogada individual no primeiro tempo e, no segundo, Coutinho mandou para fora uma das chances mais claras do confronto.
Imagem: Jorge Rodrigues/AGIF
Jogadores do Vasco comemoram classificação diante do Botafogo.

Sem Tchê Tchê (que saiu lesionado logo aos 12 minutos de jogo) e Jair, dois dos volantes de maior capacidade técnica do elenco, o Vasco teve dificuldade em fazer a bola chegar com qualidade nos pés de Coutinho. Em especial, no primeiro tempo. Já no segundo, conseguiu equilibrar ligeiramente as ações e tirou o Botafogo da sua zona de conforto com estocadas que provaram que a partida estava aberta.
- Dos 25 minutos do segundo tempo para frente, estávamos muito mais perto de fazer o gol do que o Botafogo - afirmou Diniz na coletiva depois da partida.
O time de Davide Ancelotti se impôs na partida principalmente pelo vigor físico. Cada ataque em velocidade era um Deus nos acuda na defesa do Vasco - que, a princípio, contou com aquela que pode ter sido a melhor atuação de Lucas Freitas desde que chegou ao clube. Ao levar a decisão para os pênaltis, no entanto, os comandados de Diniz mostraram que a parte mental está em dia, obrigado.
O adversário na semifinal da Copa do Brasil será o Fluminense, mas isso é preocupação para dezembro. Domingo já tem jogo contra o Ceará pelo Brasileirão.
1º tempo: ficou no lucro
Não é nenhum exagero dizer que o Vasco sobreviveu ao primeiro tempo no Nilton Santos. A equipe de Fernando Diniz sofreu sufoco do apito inicial até o intervalo, com exceção de cinco minutos que sucederam o gol marcado por Nuno Moreira. O mérito no lance foi todo de Coutinho, que conseguiu colocar força numa cobrança de falta de muito longe. Neto falhou ao tentar segurar, mas o Vasco não tem nada a ver com isso.
Pouco depois, Rayan poderia ter ampliado em jogada individual que quase terminou em golaço. Só que, depois de fazer fila na defesa botafoguense, o atacante bateu fraco para o gol. Em termos ofensivos, foi só isso que o Vasco fez na primeira etapa.
Com muita dificuldade de se livrar da pressão do Botafogo, o time não conseguiu encontrar Coutinho para criar as jogadas. E pior: perdeu Tchê Tchê, com dores na coxa, logo aos 12 minutos de jogo. Mateus Carvalho, que entrou em seu lugar, é um grande marcador, mas não entrega o mesmo que o camisa 3 em saída de bola e organização.
O Botafogo empilhou chegadas na área de Léo Jardim e finalizou ao todo 10 vezes, embora somente duas tenham sido na direção da meta. Aos 40, num lance em que a defesa vascaína mostrou desorganização assustadora, Correa invadiu a área, Jardim demorou demais para sair do gol e cometeu o pênalti. Alex Telles deixou tudo igual. O detalhe é que a jogada começou num arremesso lateral, e o espaço entre os defensores e os primeiros jogadores do meio de campo era tão grande que Santi Rodríguez recebeu no círculo central com uma avenida à sua frente. Não pode.
Diante dessas circunstâncias, com um time pouco inspirado na criação e dificuldade gigantesca para chegar ao ataque com a bola no chão, Vegetti foi um mero espectador da partida no primeiro tempo.
2º tempo: quase matou o jogo
Diniz voltou do intervalo com Puma Rodríguez no lugar de Lucas Piton, que sofreu suspeita de lesão na panturrilha e deixou o estádio de muletas depois da partida. O Botafogo seguia no ataque e em alguns momentos conseguiu impor uma pressão sufocante, mas o Vasco se segurava e respondia à altura.
Coutinho passou a ser mais acionado no ataque e quase fez um golaço aos 14 minutos. A sorte do Botafogo é que a chapada não teve direção. Três minutos depois, o camisa 10 apareceu sozinho na área depois de jogadaça de Paulo Henrique pela direita, mas a finalização foi para fora, tirando tinta da trave direita de Neto.
Coutinho cansou aos 23 e deu lugar a Matheus França, que entrou um pouco afobado e deu pouca sequência aos lances do ataque. Aos 36, foi a vez de Nuno e Mateus Carvalho saírem para as entradas de David e Robert Renan. Nesse momento, a partida era uma trocação limpa, com espaços cedidos pelas duas equipes e tentativas de transição veloz.
Nos pênaltis, Vegetti, Rayan, Puma Rodríguez, Matheus França e Robert Renan converteram suas cobranças, sem dar chances para Neto. E Léo Jardim fez o que dele se espera, defendeu a batida de Alex Telles e viveu mais uma noite de herói com a camisa vascaína.
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