Análise: Vasco acende alerta vermelho contra o Z-4 no Brasileirão com derrota evitável
01/06/2025 10h20Fonte ge
O Vasco teve 20 finalizações contra apenas quatro do Bragantino, mas mesmo assim o placar de 2 a 0 para os paulistas foi justo pelo o que as duas equipes jogaram em São Januário. O time de Diniz perdeu chances e sofreu dois gols completamente evitáveis no primeiro tempo.O resultado culminou na sétima derrota do Vasco em 11 rodadas no Brasileirão. Se o nível da produção ofensiva com Diniz melhorou em relação ao que vinha sendo apresentado, os resultados em campo ainda não apareceram. O aproveitamento da equipe no campeonato é de time rebaixado, e o time está muito perto de entrar no Z-4. O Vasco é o 15º colocado e pode terminar a rodada entre os quatro últimos, dependendo de outros resultados.
Imagem: Alexandre Durão
Vegetti em Vasco x Bragantino

Primeiro tempo determina o jogo
Diniz optou por escalar o mesmo time que venceu o Melgar na Sul-Americana. Se o mérito do Vasco contra os peruanos foi controlar o jogo no meio de campo, com Jair, Tchê Tchê e Coutinho bem, a ideia não funcionou para a partida contra o Bragantino. E isso se deve a algo lógico: o atual líder do Brasileirão é muito melhor que o frágil time peruano.
Contra um time extremamente ágil e móvel do meio de campo para frente, o Vasco teve muita dificuldade para jogar no primeiro tempo. O Bragantino subiu as linhas de marcação em uma pressão alta e impôs problemas à defesa vascaína, que entregou a primeira posse no primeiro minuto de jogo. Em um lateral simples, a jogada termina em escanteio para o Bragantino. A falha coletiva na marcação facilitou o gol dos paulistas — o mais rápido dentre todos do Brasileirão.
Diferente de outros jogos, o Vasco não sentiu o gol do Bragantino e foi para o ataque, mantendo a postura que normalmente tem em inícios de jogos em São Januário. Até os 15 minutos, o time criou duas boas chances que terminaram em Rayan. Na primeira, o atacante não acreditou em cruzamento de Paulo Henrique e desperdiçou a oportunidade. Depois, Nuno encontrou o camisa 77 na entrada da área, que finalizou em cima de Cleiton.
O problema do Vasco era a transição defensiva, e o Bragantino sobre explorar isso com maestria em duas jogadas no primeiro tempo. Com muitas ultrapassagens pelos lados e se aproveitando dos espaços cedidos pela equipe carioca, o time de Bragança Paulista ensaiou o segundo gol em jogada pela direita, na qual Pitta não alcançou em cruzamento rasteiro de Sasha. Poucos minutos depois, em lance parecido, Vinicinho cruzou na segunda trave para o paraguaio dominar com total liberdade e marcar um belo gol em Léo Jardim.
O segundo gol do Bragantino tem méritos do time de Fernando Seabra, mas tem problemas crônicos do Vasco, antes mesmo da chegada de Diniz. O lado esquerdo da defesa vascaína costuma a ser pouco combativo, dando margem para os cruzamentos, e o lado direito sempre tem problemas com atacantes nas costas da defesa. João Victor deveria ter defendido a área melhor, mas olhou apenas para a bola e deixou Pitta livre na segunda trave.
— (Foram) dois gols extremamente fáceis de serem evitados. A gente treinou muito. Um escanteio no primeiro pau, um lateral que a gente entregou e terminou no escanteio no lado oposto. Tínhamos alertado que eles sempre mudam a direção da bola. O segundo gol era ainda mais fácil de ser evitado. Eles sempre colocam dois caras na área e não marcamos — afirmou Diniz na coletiva.
Imagem: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino
Vasco x Bragantino pelo Brasileirão.

Para piorar a situação do Vasco no jogo, Vegetti estava em uma noite nada inspirada. Antes do fim do primeiro tempo, o atacante perdeu um cabeceio que não costuma desperdiçar. João Victor, com azar, acertou o travessão em cobrança de falta de Coutinho.
Segundo tempo de volume, mas nenhuma efetividade
O Vasco foi para o intervalo tendo desperdiçado mais de quatro chances no primeiro tempo, sendo duas delas bem claras — que poderiam ter empatado o jogo. No entanto, o time de Diniz fazia muito esforço para chegar ao ataque, enquanto o Bragantino chegava com naturalidade quando era um pouco mais ousado mesmo depois de abrir o 2 a 0.
Abusando de muitos cruzamentos, alguns deles forçados demais, o Vasco chegava ao ataque, mas não tinha fazia Cleiton trabalhar. O time da casa se lançou ao ataque, teve volume, mas não finalizava com perigo. A equipe cansou aos poucos e viu o Bragantino se portar como quis em São Januário. Quando os paulistas quiseram jogar, o Vasco não viu a cor da bola, como no lance por volta dos 30 minutos do segundo tempo em que o Bragantino trocou passes por três minutos e quase marcou.
A chance mais clara do Vasco no segundo tempo foi aos 40 minutos, em cabeçada de Alex Teixeira na área, em que Cleiton fez grande defesa. Mesmo com Diniz optando por tirar Lucas Freitas e recuar Cocão para a zaga, ou lançando atacantes na frente, com Adson, Loide e Teixeira, o time não balançou as redes do Bragantino. A impressão geral no fim do jogo era a de que a partida podia ter mais uma hora que nada aconteceria.
A pausa para a Data Fifa até a partida contra o São Paulo e a futura parada para a Copa do Mundo de Clubes serão importantes para Diniz conhecer melhor o elenco e tentar recuperar alguns jogadores. Mas é notório que só isso não será suficiente. O Vasco precisa de reforços em todos os setores do campo. Está mais do que comprovado que o elenco está mais perto de estar entre os oito piores do que entre os oito melhores.
É necessário mais autocrítica e senso de urgência para enxergar a realidade do time. Só uma equipe perdeu tanto quanto o Vasco até aqui: o Sport, último colocado do campeonato. As únicas três vitórias na competição foram em São Januário e contra equipes que estão entre as cinco piores do torneio. E as outras 14 acima, como vencê-las?
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