Análise: Fluminense "capota" em armadilha, e Dinizismo sucumbe com falta de peças em eliminação

16/09/2022 08h24


Fonte Globoesporte.com

O sonho do bicampeonato da Copa do Brasil parou mais uma vez na semifinal. E de novo em São Paulo. Se em 2015 a eliminação foi para o Palmeiras no Allianz Parque, agora foi diante do Corinthians na Neo Química Arena. A derrota por 3 a 0 na noite da última quinta-feira foi até exagerada pelo placar elástico com dois gols nos acréscimos, mas não há o que se contestar do resultado de quem passou e quem ficou pelo caminho. O Fluminense não só caiu, mas "capotou" na armadilha de Vítor Pereira e viu o seu Dinizismo sucumbir em meio à falta de peças.
Imagem: Ettore Chiereguini/AGIFRenato Augusto e Roger Guedes comemoram gol do Corinthians contra o Flu.(Imagem:Ettore Chiereguini/AGIF)Renato Augusto e Roger Guedes comemoram gol do Corinthians contra o Flu.

Em um duelo muito equilibrado tecnicamente, e sem vantagem para nenhum dos lados após o 2 a 2 no jogo de ida no Maracanã, era natural que quem abrisse o placar ficaria muito perto da final. E no ataque o treinador do Corinthians soube armar um time para forçar e explorar o erro adversário. A marcação alta sob pressão gerou 39 desarmes (contra 16 do Flu) e por vezes fez o adversário sair de suas características e rifar a bola. E assim saiu o primeiro gol, justamente quando o Tricolor era melhor.

Na imagem abaixo, é possível perceber a marcação alta encaixada fechando as opções de passe de Fábio, e quem sai para dar combate é Yuri Alberto atravessando a região do gol. Ou seja, para o goleiro forçar um passe por cobertura para Manoel, correria riscos, por isso optou pelo chutão no início do lance do gol. E na defesa, Vítor Pereira conseguiu compactar um Corinthians que, apesar de não conseguir fechar todos os espaços, sofria muito pouco em termos de chances de perigo.
Imagem: Reprodução  Fábio com dificuldade na saída de bola.(Imagem: Reprodução ) Fábio com dificuldade na saída de bola.

O Fluminense teve pouco mais de 10 minutos de pressão no primeiro tempo, quando assustou em chute de fora e chegou a ter vários escanteios seguidos, e controlou o jogo em praticamente todo o segundo tempo. Mas tudo não passou de um domínio estéril, de pouca efetividade. Apesar dos 59% de posse de bola e das 12 finalizações, o time teve apenas três chances de gol: uma cabeçada de Arias na área no início; a batida no cantinho de Matheus Martins para a defesaça de Cássio aos 22 minutos; e um chute de Caio Paulista que também parou no goleiro corintiano com 30 segundos da etapa final.
Imagem: geScout - Corinthians x Fluminense(Imagem:ge)

O Dinizismo que vinha encantando o Brasil sentiu demais, como esperado, por perder dois de seus três titulares do meio de campo: Nonato, que foi para o Ludogorets, da Bulgária, e André, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Nos dois jogos que teve antes da decisão contra o Corinthians, Diniz sequer usou como titular a dupla de volantes que acabou escolhendo para o "jogo mais importante do ano": Martinelli e Wellington, que não era titular há três meses e acabou marcado pela falha na marcação a Renato Augusto no gol que encaminhou o rumo da partida.

Mesmo tendo cerca de metade da folha salarial do Corinthians no futebol (a tricolor gira em torno de R$ 6 mlhões por mês), não seria nenhum absurdo o Fluminense se classificar. Porém, por mais que Diniz não admita e elogie o elenco do clube publicamente, é impossível negar que faltaram peças de reposição. Das substituições feitas pelo técnico no jogo, apenas a de Nathan no intervalo fez o time melhorar, enquanto as demais pioraram o rendimento da equipe.

Pelo segundo ano seguido, o Fluminense frustra a expectativa de um Fla-Flu histórico: em 2021, ao cair para o Barcelona de Guayaquil e perder a chance de um clássico na semifinal da Libertadores; e agora ao desperdiçar a chance de uma final inédita a nível nacional contra o maior rival. Sendo que dessa vez terá requintes de crueldade, já que o próximo jogo é justamente contra o Flamengo no Brasileirão: uma derrota deixará o clima pesado em uma semana difícil, e uma vitória dará a sensação de que o título da Copa do Brasil seria possível mesmo diante do favoritismo adversário.
Imagem: Marcos Ribolli  Escolhido para a vaga de André, Wellington não era titular há três meses.(Imagem:Marcos Ribolli ) Escolhido para a vaga de André, Wellington não era titular há três meses.

Ao Fluminense, resta agora o Brasileirão para "salvar" o ano com uma classificação direta para a fase de grupos da Libertadores (e não correr o risco de uma eliminação precoce na fase pré, como aconteceu esse ano e fez ruir todo o planejamento). Precisando juntar os cacos da eliminação e defender sua posição no G-4, o Fluminense se reapresenta nesta sexta-feira no CT Carlos Castilho e inicia a preparação para o Fla-Flu do próximo domingo, às 16h (horário de Brasília), no Maracanã. Com 45 pontos, o Tricolor é o quarto colocado do campeonato com a mesma pontuação do Flamengo.

Veja mais notícias sobre Esportes, clique em florianonews.com/esportes