Projeto Uespi-Tech II impulsiona fruticultura de precisão e fortalece a cajucultura no PiauÃ
12/12/2025 11h58Fonte Governo do PiauÃ
A Universidade Estadual do Piauí (Uespi) avança em inovação e tecnologia aplicada ao agronegócio com o projeto “Fruticultura de Precisão: Inovação no Manejo da Cajucultura com Integração de Solo, Fitossanidade e Drones”, coordenado pela professora Melissa Oda Souza, do curso de Engenharia Agronômica. A iniciativa é um dos projetos contemplados no edital do Uespi-Tech II, programa institucional que investe recursos próprios da universidade para fomentar pesquisas de impacto social, ambiental e econômico.O edital, que ultrapassa R$ 1,2 milhão em investimentos, destinou mais de R$ 24 mil ao projeto de fruticultura de precisão, reforçando o compromisso da instituição em fortalecer práticas inovadoras no campo e promover soluções tecnológicas acessíveis para agricultores e instituições parceiras.
Com um cenário marcado pela queda de mais de 21% na produtividade da cajucultura entre 2020 e 2021, o estado enfrenta desafios relacionados a pragas, doenças, falhas no manejo e ausência de tecnologias acessíveis de monitoramento. Foi diante desse contexto que surgiu o projeto.
De acordo com a professora Melissa Oda, o objetivo central é desenvolver um modelo moderno de monitoramento adaptado à realidade do Piauí, integrando informações do solo, da sanidade das plantas e de imagens aéreas captadas por drones. “A proposta é criar diagnósticos precisos que orientem produtores e instituições sobre as melhores práticas de manejo, aumentando a eficiência e reduzindo perdas na produção de caju”, afirma.
A docente explica que a motivação para o desenvolvimento da pesquisa está diretamente ligada aos principais entraves da cadeia produtiva. “Há uma falta de assistência técnica contínua, pouco uso de análises de solo e inexistência de ferramentas acessíveis de monitoramento. Nosso objetivo é suprir essas lacunas com tecnologia”.
As primeiras etapas já foram iniciadas, como o levantamento histórico da área estudada, o georreferenciamento, o planejamento logístico das coletas e a execução dos voos com drone entre novembro e dezembro. Também já foram coletadas amostras de solo em 30 pontos, encaminhadas para análise laboratorial. As próximas fases incluem campanhas de diagnóstico para pragas e doenças como mosca-branca, oídio, antracnose e nematoides, além do processamento das imagens e da integração multicritério para a elaboração de mapas temáticos que orientarão recomendações de manejo.
Em 2026, o projeto também oferecerá cursos de extensão em geotecnologias e agricultura de precisão, voltados para alunos, produtores rurais e técnicos agrícolas, com atividades práticas no Centro de Ciências Agrárias.
O projeto recebeu R$ 24.962,09 do edital Uespi-Tech II, sendo R$ 4.847,20 destinados ao custeio (análises de solo, materiais e consumíveis) e R$ 20.114,89 para aquisição de itens de capital, como um drone DJI Mini 4 Pro, estufa de secagem, pHmetro portátil, datalogger climático e outros equipamentos essenciais para o monitoramento e diagnóstico.
Para a professora Melissa, esse investimento é determinante para fortalecer a pesquisa aplicada na Uespi. “O financiamento permite que o curso estruture um núcleo de pesquisa aplicada, gere dados inéditos sobre a cajucultura local e proporcione aos alunos prática com tecnologias que realmente transformam a realidade do produtor”.
Oito alunos de Engenharia Agronômica participam diretamente da execução das atividades, atuando nas coletas de solo, avaliações fitossanitárias, operação assistida do drone, geoprocessamento e processamento de imagens. A professora destaca que essa vivência prática tem impacto direto na formação técnica e científica dos estudantes. “Os alunos vivenciam metodologias reais usadas por grandes centros de pesquisa e se aproximam da realidade do produtor. É uma formação completa, que integra teoria, prática, tecnologia e impacto social”.
A pesquisa também ganhou uma dimensão social significativa. Após um incêndio comprometer a área inicialmente planejada, o projeto passou a ser realizado em parceria com a Fazenda da Paz, instituição referência no acolhimento e reinserção social no Piauí, que tem na produção de cajuína uma importante fonte de renda.
“A presença do projeto na Fazenda da Paz permite aprimorar o manejo dos cajueiros, melhorar a qualidade dos frutos e da cajuína, e aplicar a fruticultura de precisão em um ambiente socialmente transformador”, explica Melissa Oda.
A iniciativa aproxima ainda mais a Uespi das demandas do território, reforçando seu papel social e seu compromisso com o desenvolvimento sustentável.
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