Pesquisadores da UFV estudam efeito do gás carbônico nas plantas do cerrado mineiro

14/11/2020 13h48


Fonte G1 PI

Imagem: João Paulo Souza/Arquivo-Agência MinasClique para ampliarPesquisa avalia mudanças climáticas e efeitos nas plantas do cerrado mineiro João Paulo Souza/Arquivo-Agência Minas(Imagem:João Paulo Souza/Arquivo-Agência Minas)Pesquisa avalia mudanças climáticas e efeitos nas plantas do cerrado mineiro João Paulo Souza/Arquivo-Agência Minas

Pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) desenvolveram um estudo para observar o efeito do dióxido de carbono (CO2) nas plantas do cerrado de Minas Gerais. A pesquisa busca identificar as condições que influenciam na produtividade e no bem estar do meio ambiente.

De acordo com o coordenador do estudo, João Paulo de Souza, a pesquisa detectou que, após estarem sob elevada concentração de CO2, plantas do cerrado apresentam aumento da fotossíntese líquida.

“Em geral, plantas lenhosas apresentam alocação de biomassa para a parte aérea de forma lenta, principalmente nos estágios iniciais de crescimento, de seis meses a dois anos”, explicou.

Para chegar a esse resultado o grupo manteve as espécies em câmaras com uma abertura no topo, onde injetaram o gás carbônico. Após um ano, os pesquisadores notaram rápido crescimento da parte aérea das plantas.

“Possivelmente, esse aumento de altura das árvores resultará em mais sombreamento de espécies herbáceas e de plantas lenhosas mais jovens”, afirma.

O crescimento acelerado, no entanto, pode influenciar consideravelmente a dinâmica do cerrado, que é uma região savânica, não de floresta. Esse contexto pode, também, alterar a dinâmica de estabelecimento das espécies, de acordo o pesquisador.

Souza destacou ainda a dinâmica do CO2 para o crescimento das plantas, tendo em vista que é um dos principais gases do efeito estufa. “A planta capta o CO2, pela sua folha, e o transforma em carboidrato, ou seja, açúcar”, pontuou.

A partir desta análise, quanto mais CO2 as plantas ingerirem, mais vão crescer e produzir biomassa, aumentando a espessura e o tamanho do caule, fazendo com que consigam absorver mais luz e realizar mais fotossíntese.

Por outro lado, chegará um momento em que o contínuo aumento do gás não fará mais efeito, pois a planta entende que já tem muito carboidrato e passa a não reagir mais ao estímulo e deixa de crescer. A falta de água também pode fazer a planta parar o desenvolvimento.

“O aumento do CO2 no ar torna o clima mais quente e pode diminuir a quantidade de chuvas. Dessa forma, se juntarmos todos os possíveis efeitos das mudanças climáticas, as plantas param de responder de forma positiva”, completou o pesquisador.

O trabalho do grupo de pesquisa, que tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), conta com publicações no perfil do Instagram do Laboratório de Ecologia Funcional de Plantas - UFV/CAF.

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