Estudantes da rede estadual transformam escola em espaço de sustentabilidade e inovação
07/06/2025 10h34Fonte Governo do PiauÃ
Em Castelo do Piauí, a 190 km de Teresina, o futuro se constrói na horta do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Cônego Cardoso. Na escola, a sustentabilidade deixou de ser um conceito abstrato para virar prática diária dos estudantes.A horta comunitária vai além do cultivo, funcionando como um verdadeiro laboratório de educação ambiental. Os alunos são responsáveis por todas as etapas, desde o preparo do solo até a colheita, incluindo adubação, irrigação e controle de pragas. O projeto é liderado pelo grêmio estudantil, com o suporte da direção e a orientação técnica de um engenheiro agrônomo.
Imagem: Divulgação

“A gente aprende na prática. Desde a poda do maracujá até a prevenção de pragas. Ver o resultado dá orgulho. A gente se sente mais conectado com a natureza e com o que consome”, conta Diogo, um dos alunos envolvidos no projeto.
O cultivo começou com melancias e, hoje, inclui também tomates e maracujás. Toda a produção é destinada ao consumo interno da escola, promovendo alimentação saudável e senso de pertencimento entre os estudantes.
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Conhecimento que gera transformação
O projeto ganhou destaque, além dos limites da escola. No Seduckathon 2024, os estudantes apresentaram uma proposta de horta sustentável que utiliza tecnologia para facilitar o cuidado das plantas, com sensores que monitoram a terra e um sistema que reaproveita a água dos aparelhos de ar-condicionado para irrigar a horta. Soluções simples que fazem muita diferença.
Com o apoio do Programa PIBIC-Jr, uma parceria da Secretaria da Educação com a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapepi), os alunos também ampliaram seus estudos para a comunidade local. Durante quase um ano, investigaram a realidade dos pequenos produtores rurais, analisando a economia familiar e buscando maneiras de torná-la mais sustentável. A meta foi compreender como a agroindústria da região gera renda e identificar formas de fortalecer essa produção, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
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“O contato direto com a realidade local aproxima os estudantes do seu território e mostra que o conhecimento é uma poderosa ferramenta de transformação”, ressalta o secretário da Educação, Washington Bandeira.
De Castelo para o Parlamento Juvenil
Toda essa vivência levou a estudante Lulla Miguel a dar um passo além. Inspirada pelo projeto da horta e pela conexão com a terra, ela criou a proposta “Escolas Climáticas por Meio da Agroecologia e Arborização” e foi selecionada para o Parlamento Juvenil 2025, um programa que simula a atividade parlamentar e promove o protagonismo juvenil.
Na proposta, Lulla sugere transformar escolas em polos de educação ambiental, com áreas verdes compostas por espécies nativas representando os biomas brasileiros e práticas agroecológicas no cultivo de alimentos. A ideia conversa diretamente com as metas da Agenda 2030 e com os debates previstos para a COP30, que ocorre este ano em Belém (PA).
“Queremos que a escola continue sendo espaço de conhecimento, mas também de prática, de consciência ambiental e de conexão com o nosso território. Essa é uma forma de mostrar que é possível aprender mudando o mundo à nossa volta”, explica Lulla.
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