Disléxicos enfrentam ainda mais dificuldade no aprendizado com as limitações da pandemia

29/06/2021 14h02


Fonte G1

 
Imagem: ReproduçãoClique para ampliarSofia tem 9 anos e quer aprender a ler e escrever. Um objetivo que teve de ser adiado em decorrência da pandemia de Covid-19. Sofia tem acesso a bons colégios em Teresina (PI) desd(Imagem:Reprodução)

Sofia tem 9 anos e quer aprender a ler e escrever. Um objetivo que teve de ser adiado em decorrência da pandemia de Covid-19. Sofia tem acesso a bons colégios em Teresina (PI) desde os cinco anos, mas ainda assim não consegue codificar e decodificar as letras devido à dislexia.

O transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica atinge de 5% a 17% da população mundial, de acordo com a Associação Internacional da Dislexia.

“Na fase de alfabetização, ela começou a notar a evolução dos colegas e se sentia mal. Sofia passou a me perguntar por que eu sou diferente dos outros?. Com o tempo, isso gerou ansiedade nela. Ela não podia ver as letras que ficava mal”, revela Juliany Orengo, mãe da aluna.

Diante da dificuldade de aprendizado, a aversão é um comportamento comum. De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, o aluno com o transtorno, principalmente durante a alfabetização, tende a evitar ou a reduzir sua experiência de leitura, atitude que interfere no enriquecimento do vocabulário e na aquisição de novos conhecimentos em geral.

Segundo Luiz Gustavo Varejão Simi, psicólogo e coordenador de projetos da Associação Brasileira de Dislexia, um dos métodos mais indicados para a alfabetização de crianças disléxicas é o fônico, que é baseado no reconhecimento do fonema (som) de cada letra - processo que foi impactado pela transferência do ensino presencial ao remoto durante a pandemia de Covid-19.

“No momento da alfabetização as crianças precisam das pistas dos órgãos fonoarticulatórios. Por esta razão, se faz necessária a retirada da máscara e do acompanhamento próximo e presencial em prol do sucesso da alfabetização com correções, estimulações e com apresentações de modelos a serem seguidos”, explica Simi.

Além do mais, os educadores enfrentam outros desafios, que já estavam presentes no ensino presencial, mas que se agravaram com a transferência para o meio digital. São eles: manter a atenção e interesse das crianças, acompanhar a escrita e seus erros e a realização de avaliações on-line.

Na ausência do professor, os pais se tornam encarregados de mais essa tarefa. Infelizmente, nem sempre eles estão disponíveis o tempo todo. Foi o que aconteceu com Juliany, mãe de Sofia.

Ela trabalha como assessora jurídica na companhia de águas do Piauí e, mesmo durante os períodos mais rígidos da pandemia, teve que trabalhar de forma presencial.


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