Com casos de Covid em alta e espera por vacinação, estudantes adiam matrícula no ensino superior

09/02/2021 12h43


Fonte G1

Imagem: MD Duran/UnsplashPandemia aumenta incerteza em relação à graduação.(Imagem:MD Duran/Unsplash)Pandemia aumenta incerteza em relação à graduação.

Caiu o percentual de pessoas interessadas em se matricular no ensino superior no primeiro semestre deste ano, de acordo com uma pesquisa feita pela Educa Insights em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedores do Ensino Superior (Abmes), divulgada nesta terça-feira (9).

Entre os entrevistados, 25% afirmaram que planejam começar a graduação no primeiro semestre, mas em novembro, o número era de 38%.

A maior queda se refere às matrículas em cursos presenciais. Em novembro, a intenção de fazer uma graduação nesta modalidade era de 33%. Agora, é de 14%. No ensino a distância, o interesse caiu de 46% para 38%.

De acordo com o estudo, o adiamento da graduação está ligado à espera da vacinação em massa contra a Covid-19 e o retorno seguro às salas de aula.

"O mundo do trabalho não pode esperar. O mundo do trabalho vai precisar de profissionais para vencer o desafio da pandemia e essa decisão acaba prejudicando a formação de mão de obra qualificada no Brasil, podendo no futuro gerar um apagão, na medida em que teremos menos profissionais formados em 4 ou 5 anos", afirma Celso Niskier, diretor presidente da Abmes.

O levantamento “Observatório da Educação Superior: análise dos desafios para 2021 – 1ª edição” foi feito entre 25 e 30 de janeiro, via internet, com 1.024 pessoas de 17 a 50 anos.

Impacto do Enem

Daniel Infante, sócio-diretor da Educa Insights, destaca que a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em meio ao aumento de casos de coronavírus impactou na intenção dos estudantes de fazer um vestibular presencial. O Enem regular foi aplicado em 17 e 24 de janeiro e a pesquisa ocorreu na semana seguinte.

Para 63% dos entrevistados, o Enem presencial afetou negativamente a intenção de fazer uma outra prova seletiva para entrar em instituições privadas. O maior motivo foi o risco de se contaminar.

O Enem chegou a ter pedidos de um novo adiamento por causa do agravamento da pandemia, mas a Justiça negou a requisição. O resultado foi a maior abstenção da história: 55,3% não compareceram à prova impressa.

Em 31 de janeiro e 7 de fevereiro, foram aplicadas as provas do primeiro Enem digital, mas a realização também era presencial. Os candidatos precisaram se deslocar até uma sala de aplicação com computadores sem conexão à internet, para evitar fraudes e colas. A abstenção foi enorme: 71,3% dos inscritos não foram às provas do Enem digital.

 

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Tópicos: ensino, enem, presencial