O cachorro que foi descoberto após anos "escondido" em uma pintura de Pablo Picasso

19/05/2023 15h58


Fonte G1

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarO cachorro que foi descoberto após anos O cachorro que foi descoberto após anos "escondido" em uma pintura de Pablo Picasso

Um cachorro "escondido" em uma pintura de Pablo Picasso foi descoberto pela equipe do Museu Guggenheim, em Nova York. Os pesquisadores conseguiram revelar a presença do cachorro na obra "Le Moulin de la Galette" usando um processo chamado "espectroscopia de imagem de fluorescência de raios-X", que mapeia elementos químicos na tela, como pigmentos.

A obra de 1900 foi pintada por Picasso durante sua estada em Paris, quando o artista tinha apenas 19 anos. O cachorro não pode ser observado sem o auxílio do raio-x.

Segundo Julie Barten, conservadora de pintura do museu, foi observada uma área em que cores e texturas não estavam relacionadas com a composição final da pintura. "Tive uma sensação muito forte de que havia algo lá embaixo", disse Julie.

A pesquisadora já estudava a obra com microscópio e usando o raio-x, porém, só conseguiu avançar o trabalho ao usar o processo, providenciado pelo Metropolitan Museum of Art, de Nova York, e pela National Gallery of Art, de Washington.

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Os especialistas encontraram o cachorro, possivelmente um Cavalier King Charles Spaniel, uma raça popular em Paris na época, coberto por uma tinta escura sentado à mesa ao lado de três outras mulheres, na parte inferior do quadro.

Julie explica que somente removendo a camada superior de tinta é possível revelar uma imagem totalmente precisa do cachorro sem a necessidade de equipamentos, algo que não seria possível, pois danificaria a pintura e contrariaria as intenções do artista.

"Le Moulin de la Galette" retrata o popular salão de dança que foi frequentado e pintado por outros artistas famosos, incluindo Pierre-Auguste Renoir, Vincent Van Gogh e Henri de Toulouse-Lautrec.

A pesquisadora afirma que Picasso era um grande editor de seu próprio trabalho, muitas vezes transformando elementos dentro de uma obra em novas formas.

"O que é interessante é que ele, ao obscurecê-lo, foi apenas com algumas pinceladas apressadas e então ele meio que deixou uma presença fantasmagórica do cachorro ali, que era sua prática frequente mais tarde na vida", diz Barten.

A pintura, considerada uma das primeiras obras-primas de Picasso, está na coleção do Museu Guggenheim de Nova York há décadas. Agora é a peça central de uma exposição chamada "Jovem Picasso em Paris", que apresenta pinturas, desenhos e fotografias para contar a história dos primeiros anos de Picasso em Paris a partir de 1900.

A exposição está entre muitas mostras de Picasso em todo o mundo em 2023 que fazem parte das celebrações ao artista, que marcam o 50º ano desde a morte do artista em 1973.

Além do escaneamento que revelou o cachorro, Barten também fez uma restauração completa na pintura para prepará-la para a exposição, iluminando as cores e removendo o velho verniz amarelado, trazendo a obra mais próxima de como era quando Picasso pousou o pincel após concluir a pintura. trabalho em 1900.

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Tópicos: cachorro, pintura, picasso