Mulheres que brilham: pedagoga deixa sala de aula para colorir artesanato no Poti Velho

03/03/2023 09h47


Fonte ClubeNews

Imagem: Reprodução/Instagram @mariabonitaartesanato.piRislânya Alves é artesã há quase um ano.(Imagem:Reprodução/Instagram @mariabonitaartesanato.pi)Rislânya Alves é artesã há quase um ano.

Além de lindos trabalhos, o Polo Cerâmico do bairro Poty Velho, na zona Norte de Teresina, também abriga histórias de mulheres que trabalham pela manutenção deste patrimônio cultural. Uma delas é a Rislânya Alves, uma pedagoga que trocou as salas de aula pela olaria, onde produz e colore peças de cerâmica.

A jovem também trabalhou como confeiteira e comerciante. Ela já teve uma barraca de lanche e até já se aventurou por São Paulo.

Formada em Pedagogia, ela trabalhou durante dois anos na área, até ficar encantada pelo artesanato. Há quase um ano, ela desenvolve esse trabalho.

Apesar de ainda enfrentar dificuldades, a profissional diz que é feliz ao expandir o seu talento por meio das suas peças pelo Polo Cerâmico.

O Portal ClubeNews apresenta a história da artesã Rislânya Alves, em mais uma matéria especial do Dia Internacional da Mulher.

HISTÓRIA DE VIDA

Rislânya começou a trabalhar logo na infância, inspirada no esforço da mãe, que era confeiteira e fazia crochê. Aos sete anos, já vendia bolos no comércio da família.

Mãe de três filhos, a pedagoga atuou em escolas, até perceber que o seu lugar era ao lado de outros artesãos.

O maior incentivador de Rislânya foi seu padrasto, que trabalha nas olarias do Polo Cerâmico há 40 anos.

“Ele me apresentou o artesanato em cerâmica e, em março de 2022, conseguimos um ponto fixo. Busco diariamente o aperfeiçoamento do meu trabalho de pintura para as peças ficarem cada vez mais lindas”, afirmou.

A profissional faz pinturas em vasos, pratos, filtros de barro e objetos de decoração. A próxima etapa é encontrar uma maneira para enviar as peças a outros estados.
Imagem: Reprodução/Instagram @mariabonitaartesanato.piRislânya Alves é artesã há quase um ano.(Imagem:Reprodução/Instagram @mariabonitaartesanato.pi)Rislânya Alves é artesã há quase um ano.

PRECONCEITO

Rislânya afirma que já sofreu preconceito no seu ambiente de trabalho por ser mulher e negra. Ela destacou uma situação na qual um cliente comparou o barro com a cor de sua pele.

“Um cliente chegou à loja e fez uma brincadeira, comparando minha cor com o barro. Eu fiquei tão envergonhada que a minha única reação foi sorrir”,
recorda.

SER MULHER

A artesã ressaltou a importância do empreendedorismo feminino para a economia local, mas criticou a falta de iniciativas do poder público para fomentar este segmento.

“O incentivo é quase inexistente. Cada empreendedora tem que acordar cedo todos os dias com o intuito de alcançar coisas grandes sem depender de ninguém”,
lamenta.

Por fim, Rislânya comenta ter orgulho de sua história de vida e, principalmente, de ser mulher.

“A mulher é uma obra perfeita de Deus. Representa força, sabedoria, garra, dentre outras qualidades. A mulher sabe lidar com as adversidades da vida com muita coragem. Sempre levo esse ensinamento para a minha vida”,
pontuou.


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Tópicos: trabalho, mulher, barro