Livro reúne textos de finalistas da 6ª Olimpíada de Língua Portuguesa

19/01/2020 11h56


Fonte Revista Galileu

Imagem: Reprodução/escrevendoofuturo"O Lugar Onde Vivo" é um livro que reúne textos enviados 135 textos produzidos pelos finalistas da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa

Estudantes brasileiros que ficaram entre os finalistas da 6ª Olimpíada de Língua Portuguesa tiveram seus textos publicados em um e-book. O livro conta com produções assinadas por alunos do 5º ano do Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio da rede pública do país. “O lugar onde vivo”, tema do concurso, foi usado em poemas, crônicas, memórias literárias, artigos de opinião e documentários.

A Olimpíada teve 4.876 municípios participantes, 42.086 escolas inscritas e 40.758 produções enviadas. Para integrar a edição online, que já está disponível gratuitamente no Portal Escrevendo o Futuro, foram escolhidos 135 finalistas. Por fim, cerimônia premiou 28 vencedores.

"É gratificante ver o número de escolas que se organizaram para que os estudantes pudessem retratar tão bem em seus textos a realidade de suas vidas e de suas comunidades. A Olimpíada reconhece o poder que a escola pública brasileira tem, assim como a potência da escrita na vida real do indivíduo, no cumprimento de seu papel de cidadão”, diz a coordenadora de Programas Sociais do Itaú Social e realizadora do evento, Dianne Melo.

Ao todo, foram dez meses de envolvimento de estudantes e docentes. Durante cinco encontros realizados em São Paulo, os finalistas fizeram passeios culturais, participaram de palestras, debates e atividades pedagógicas.

Os ganhadores receberam medalha de ouro, viagens pelo Brasil e suas escolas estão sendo contempladas com placa de homenagem e acervo para reforço da biblioteca escolar. Já os professores dos respectivos estudantes também receberam medalhas e uma semana de imersão pedagógica internacional.

A ganhadora da categoria "poema" é Nicole Rodrigues Florentino, de 11 anos. Ela cursa o 5º ano do ensino fundamental na Escola Municipal José Maria Alkmim, em Belo Horizonte. Seu texto, "Da Janela de Minas", retrata aspectos positivos e negativos do lugar onde vive e ainda faz uma crítica social ao Estado.

"Queria sensibilizar as pessoas com a situação da barragem de Brumadinho", diz Nicole, que abordou a tragédia no poema. "Eu fiquei bem feliz com o prêmio pois achei que não ia ganhar", conta. A participação na Olimpíada proporcionou a ela a oportunidade de viajar de avião pela primeira vez.

Leia na íntegra o poema de Nicole Rodrigues Florentino:

Da janela de Minas

Da janela de minha casa,
Vejo um belo horizonte.
Que lugar maravilhoso!
Aqui é um lugar esplêndido
De se viver, curtir e divertir.

Da janela de minha casa,
Vejo turistas curiosos,
Com um olhar fascinante,
Admirando nossa
Pampulha exuberante.

Da janela de minha casa,
Vejo um delicioso feijão-tropeiro,
Digno de um mineiro,
Tão bom quanto o seu cheiro.

Da janela de minha casa,
Vejo belos museus ordenados,
Com nosso passado
Muito bem guardado.

Da janela de minha casa,
Vejo cintilantes cachoeiras,
Onde nadamos e nos refrescamos.

Da janela de minha casa,
Vejo tanto desemprego,
Assombrando nossa gente,
Que é honesta e decente.

Da janela de minha casa,
Vejo crianças sem cama,
Sem casa e sem comida.

Da janela de minha casa,
Vejo lágrimas tristes escorrendo,
Pelo rosto de quem perdeu
Um ente querido
Na barragem que se rompeu.

Da janela de minha casa,
Vejo a realidade de nossa sociedade,
Gente que não tem nada,
Mas ainda resta a fé.


Da janela da minha casa,
Vejo quase tudo...
Só aguardo a justiça,
A solidariedade e a honestidade
Serem feitas para vivermos
em igualdade.

Essa é a mais pura verdade.

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