Livro explora o legado cult de Chucky, o boneco assassino, uma das mais famosas franquias do horror

09/01/2024 09h54


Fonte O Globo

Imagem: DivulgaçãoÍcone pop do gênero cinematográfico slasher movie, Chucky tem sua trajetória de sangue esmiuçada em livro-almanaque.(Imagem:Divulgação)Ícone pop do gênero cinematográfico slasher movie, Chucky tem sua trajetória de sangue esmiuçada em livro-almanaque.

O boneco que só queria ser amigo de seu dono até o fim acaba de ganhar um gigantesco guia para honrar sua trajetória de horror no cinema e, recentemente, também na TV.

No livro “Chucky: o legado do brinquedo assassino” (Darkside), Dustin McNeill e Travis Mullins reúnem, em mais de 600 páginas, muitas curiosidades e entrevistas com gente como Tom Holland, que dirigiu o hoje clássico primeiro filme, de 1988, e o ator Alex Vincent, que estrelou o mesmo longa, com 6 anos, e, hoje, participa ativamente de convenções de fãs, além de ter resgatado seu personagem Andy Barclay na elogiada série “Chucky”, que já está em sua terceira temporada e pode ser assistida no Star+.

No livro, Vincent lembra que foi devastador para ele, quando criança, ser substituído por outro ator no terceiro filme, de 1991: “Lembro de estar em um restaurante quando fiquei sabendo e não aceitei muito bem. Fiquei muito decepcionado. Hoje, anos depois, não me sinto mais assim. Diria que parei de me importar com ter sido substituído em "Brinquedo Assassino 3" na mesma época em que fui chamado para "A maldição de Chucky”, revela ele, sobre sua volta à franquia.

O ator ainda participaria de “O culto de Chucky”, de 2017, e da série de TV (desde 2021 no ar), intitulada apenas com o nome do boneco, assim como o primeiro filme no Brasil. No original, o longa de 1988 chama-se “Brincadeira de criança”, como o clássico do grupo Molejo (!). O nome do brinquedo assassino só apareceria no título americano do quarto longa: “A noiva de Chucky”, de 1998.

Em nome do pai

O livro dedica um capítulo para cada um dos sete primeiros filmes da franquia e comenta, na oitava parte, a série criada e dirigida pelo pai da criança, ou melhor, do boneco, Don Mancini.

Mesmo sem ter dado entrevistas para o almanaque de terror de McNeill e Mullins, todo o processo de concepção do primeiro filme, desde a ideia original de Mancini até o roteiro final —em que um assassino serial conhecido como o estrangulador de Lakeshore incorpora um boneco good guy — é esmiuçado no livro, um tijolo que vai agradar bastante aos fãs da franquia. Abaixo, sete curiosidades sobre o universo do boneco.
  1. Chucky não foi o primeiro brinquedo homicida das telas. Muito antes, em 1945, uma antologia britânica apresentou em uma de suas histórias um ventriloquista que matava. Ou, talvez, o assassino fosse seu boneco, Hugo. Já em 1963, a fofa Tina Falante aterrorizou um padrasto abusivo (à esquerda, interpretado por Telly Savalas antes de ele estrelar a série “Kojak”) no episódio “Boneca viva”, da série “Além da imaginação”.
  2. Quando o projeto surgiu, “Brinquedo assassino” (1988) se chamava “Batteries not included” (“Baterias não incluídas”), mas, como Steven Spielberg estava produzindo um filme com o mesmo título (“O milagre veio do espaço”, no Brasil), mudaram para “Bloody Buddy”, pois o boneco bizarramente sangrava.
  3. Ator de clássicos como “O estranho no ninho” (1975) e “Mississipi em chamas” (1988), Brad Dourif (acima) é o “espírito” que ocupa o corpo de plástico de Chucky. Ele também faz a voz do brinquedo, mas, no primeiro filme, Dourif ainda aparece vivo como o temido Charles Lee Ray (citação macabra de Charles Manson, Lee Harvey Oswald e James Ear Ray, assassino de Martin Luther King) para logo morrer baleado numa caçada policial. Como, além de homicida, Ray era ocultista, incorpora no boneco “good guy”.
  4. Antes de dirigir o primeiro filme da franquia de Chucky, Tom Holland (homônimo do ator britânico) realizou “A hora do espanto” (1985), com Chris Sarandon como o vizinho vampiro. E o ator, que foi casado com Susan Sarandon de 1967 a 1979, repete a parceria com Holland em “Brinquedo assassino”.
  5. Aos 6 anos, Alex Vincent (ao lado) estrelou “Brinquedo assassino”, e sofreu nas mãos do diretor, que, para extrair lágrimas mais verdadeiras, chegou ao ponto de gritar com ele sobre o divórcio de seus pais. Hoje, Vincent acredita que Holland não estava sendo cruel, mas tentando ajudar na cena.
  6. Fã de filmes como “O exorcista” (1973) e “Carrie, a estranha” (1976), todos com histórias sobre crianças que libertam uma raiva sobrenatural, Don Mancini (ao lado) tinha 23 anos quando criou o primeiro rascunho de “Brinquedo assassino”, em 1986.
  7. Surgida há dois anos e já em sua terceira temporada, “Chucky”, a série, ignora — assim como os autores do livro — o reboot da franquia, “Brinquedo assassino” (2019), e parte de onde termina o filme anterior, “O culto de Chucky” (2017), escrito e dirigido por Don Mancini. Ignorado na produção do outro longa que revitalizou o culto ao boneco maldito, Mancini deu a volta por cima ao levar sua série para a TV, com sucesso de crítica e público, resgatando até o cenário original da trama, uma cidade mais tranquila, no interior dos EUA, bem diferente da Chicago do primeiro filme, de 1988, escolha do diretor, Tom Holland, que alterou bastante o roteiro original.

"Chucky: o legado do brinquedo assassino"
Imagem: DivulgaçãoLivro Livro "Chucky: o legado do brinquedo assassino" 

Autores: Dustin McNeill e Travis Mullins.
Tradução: Gabriela Müller Larocca.
Editora: Darkside.
Páginas: 656.
Preço: R$ 119,90.

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