Letra de música inédita de Gonzaguinha, para Maria Bethânia, vem à tona após 41 anos

25/03/2021 18h00


Fonte G1

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarPela data da aprovação da música pela censura federal, 27 de outubro de 1980, o documento faz supor que Bethânia tinha selecionado Meu santo para o álbum Talismã, gravado pela cant(Imagem:Reprodução)  
Em 1980, o cantor e compositor carioca Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior (22 de setembro de 1945 – 29 de abril de 1991), o Gonzaguinha, vivia o auge do sucesso artístico e comercial. Gravado pelas principais cantoras da MPB, Gonzaguinha emplacava sucessivos hits, sobretudo em vozes femininas.

A produção autoral do compositor era tão intensa que músicas inéditas podem ter sido esquecidas e/ou perdidas naquela época. É que o sugere a letra de Meu santo, música até então desconhecida de Gonzaguinha.

Escrita em tons fortemente sensuais, tendência da MPB a partir de 1979, a acalorada letra de Meu santo veio à tona após 41 anos na quarta-feira, 24 de março, em publicação do jornalista Rodrigo Nogueira em rede social. Pela alternância de gêneros nos versos das duas estrofes iniciais, a letra indica que a música seria – ou pelo menos deveria ser – gravada em dueto.

Escondido no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN), o documento com a letra de Meu santo traz a marca da gravadora PolyGram (1962 – 1999) e associa a composição à cantora Maria Bethânia, intérprete decisiva para a explosão da obra de Gonzaguinha com gravações de músicas como Começaria tudo outra vez (bolero lançado pelo autor em 1976 e regravado por Bethânia em 1977 para o álbum Pássaro da manhã) e, sobretudo, Explode coração (um dos grandes sucessos do álbum Álibi, de 1978).

Pela data da aprovação da música pela censura federal, 27 de outubro de 1980, o documento faz supor que Bethânia tinha selecionado Meu santo para o álbum Talismã, gravado pela cantora na mesma época e lançado pela gravadora Philips / PolyGram em dezembro daquele ano de 1980.

Pode ser que a liberação da censura tenha chegado tarde demais para a música ser incluída em Talismã, álbum no qual Bethânia apresentou outra música de Gonzaguinha, Mergulho, sem a repercussão das composições anteriores do autor de Grito de alerta (1979), grande sucesso do álbum anterior da intérprete, Mel (1979).

Mas o fato é que Meu santo nunca apareceu em discos de Gonzaguinha ou de qualquer outro artista. Se a gravação de Meu santo foi efetivamente feita por Bethânia, tendo sido limada da seleção final do álbum Talismã, a relíquia fonográfica pode estar escondida nos arquivos da Universal Music, gravadora que comprou o acervo da PolyGram em 1999.

Mesmo se existir e vier a ser descoberta, a gravação somente poderá ser editada com a aprovação de Maria Bethânia, cantora de postura habitualmente refratária a lançamentos de material inédito de arquivo.


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Tópicos: cantora, gravadora, polygram