Iza se aclimata no universo musical de Gilberto Gil em live com o cantor

21/06/2020 17h00


Fonte G1

Imagem: ReproduçãoIza se aclimata no universo musical de Gilberto Gil em live com o cantor(Imagem:Reprodução)
 Com a naturalidade de quem nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), Iza puxou o samba Aquele abraço, composto e lançado por Gilberto Gil no início de 1969, antes de partir para o exílio na Europa. Ao lado da cantora, protagonizando live feita em sítio situado em Araras (RJ), na região serrana do Rio de Janeiro, estava o próprio Gil, ao violão, e também no canto, além de um percussionista.

Transmitida na noite de sábado, 20 de junho, a live beneficente As canções de Gilberto Gil por Iza e Gil já evidenciou no título a opção por centrar o roteiro no cancioneiro plural do compositor baiano. À vontade, mesmo atenuando a força da voz para se aclimatar no tom aconchegante da transmissão veiculada pelo canal de TV Multishow e por outras plataformas de vídeo, Iza entrou em sintonia com o universo rítmico da obra de Gil.

Nesse tom mais acolhedor, na contramão da exuberância pop de álbuns como Dona de mim (2018), a cantora carioca evidenciou a ternura da canção Drão (1982) – número feito com solo vocal de Iza – e se beneficiou da intimidade com o reggae para harmonizar o canto com o de Gil em músicas como A novidade (1986), parceria do compositor com os integrantes do trio Paralamas do Sucesso.

Gênero musical recorrente no roteiro, o reggae pautou a cadência de Three little birds (Bob Marley, 1977), Não chore mais (No woman, no cry) (Vincent Ford, 1974, em versão de Gilberto Gil, 1979) – número bilíngue em que Iza também cantou a letra em inglês do reggae vertido por Gil para o português nos anos 1970 – e Vamos fugir (Gilberto Gil e Liminha, 1984).

Sucesso das festas juninas, Esperando na janela (Targino Gondim, Manuca Almeida e Raimundinho do Acordeom, 2000) também marcou presença no roteiro com vivacidade que se contrapôs à interiorização com que Gil cantou Se eu quiser falar com Deus (1980) em feitio de oração.

Músicas conhecidas como Andar com fé (1982), Esotérico (1976), Tempo rei (1984) e Palco (1981) contribuíram para que a live de uma hora de duração fluísse bem, com leveza, quase sempre na mesma temperatura.

Única surpresa do roteiro, por ser música dissociada do repertório de Gil, Upa neguinho (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, 1965) simbolizou na live a lembrança da luta do povo negro pela conquista da liberdade e de efetiva igualdade social. Luta na qual Gilberto Gil e Iza estão engajados e irmanados, mesmo distanciados por gerações no universo pop brasileiro.


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Tópicos: gilberto, roteiro, live