Intensivão do funk: os bastidores de uma maratona de criação frenética com os maiores MCs

10/02/2022 11h11


Fonte G1

Imagem: ReproduçãoA linha de montagem tem os maiores MCs e DJs de SP em dezenas de colaborações por dia. É esse ritmo frenético que enlouquece a equipe jurídica da GR6. A tarefa deles é fazer o regi(Imagem:Reprodução)
 Cinco jovens advogados tentam decifrar os nomes rabiscados em um papel amassado enquanto discutem em uma mesa de reuniões no terceiro andar de uma mansão no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo.

“O certo amanhã é conversar com os DJs antes de começar”, grita uma delas de trás de um notebook. Os colegas discutem e tentam falar mais alto que os estouros que saem de um estúdio ao lado e mais cinco salas de gravação nos andares abaixo.

A parede está cheia de discos de ouro de Matheus & Kauan. O dono da mansão luxuosa transformada em estúdio é Kauan. Mas de 7 a 12 de fevereiro ela está alugada pela produtora de funk GR6 para um projeto ambicioso: o maior “intensivão” do funk do Brasil.

A linha de montagem tem os maiores MCs e DJs de SP em dezenas de colaborações por dia. É esse ritmo frenético que enlouquece a equipe jurídica da GR6. A tarefa deles é fazer o registro legal das músicas em tempo real - 50 faixas foram criadas só nos 2 primeiros dias dos 7 marcados.

O som da mansão segue a linha de sucesso do funk atual: faixas longas, que costumam passar dos dez minutos e dos dez artistas, entre DJs. cantores e autores. O tal papel amassado com garranchos tinha os créditos anotados por um DJ de uma das faixas a serem registradas.

A música pop mundial está cheia de “camps” - ou “acampamentos”, reuniões de compositores para passar dias compondo. A “Feira da Música” é mais do que isso: é tudo não só composto, mas também gravado, produzido, finalizado e registrado lá - sem parar.

O material vai abastecer durante meses o mercado de funk - tanto de artistas da GR6, maior empresa do estilo, quanto outros de agências parceiras e até sua antiga rival, a Kondzilla.
O volume de produção profissional em tão pouco tempo, a quantidade de astros criando e gravando juntos, a estrutura de som e produção, o cacife atual da empresa, a presença de executivos de grandes gravadoras, palestras, shows e filmagens: é uma união de fatores inédita em uma maratona de funk.

Dentro de um dos seis estúdios, o MC Hariel lê as rimas que escreveu no celular logo antes nos fundos da mansão , enquanto conversava numa rodinha com os MCs Ryan, G15 e Jottapê, ao som de uma batida seca e arrastada feita pelo DJ Perera.

O Menor da VG improvisa um funk consciente sobre o preço da carne e da gasolina ao som das batidas dos DJs Murillo e LT. Enquanto produz, Murilo come um prato gigante de sushi e oferece um pouco ao repórter do g1.

O clima mistura trabalho pesado e encontrão de amigos. Difícil pensar em alguém mais que não passou ou vai passar por lá: Kevinho, Jerry Smith, Rick, GBR, Pedrinho, Drika, Don Juan...


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Tópicos: jovens, funk, faixas