Estrela do Bolshoi e bailarino brasileiro deixam a Rússia por causa de guerra na Ucrânia

17/03/2022 11h03


Fonte G1

Imagem: Reprodução
 Primeira bailarina do Teatro Bolshoi de Moscou, Olga Smirnova, deixou a companhia para se juntar ao Balé Nacional Holandês, em protesto contra a guerra na Ucrânia, informou a companhia holandesa em um comunicado.

"Smirnova denunciou abertamente a invasão russa da Ucrânia, que inviabilizou o trabalho em seu país natal", dizia o texto.

"O Balé Nacional Holandês é o local ideal para avançar na minha carreira como bailarina. Há muito que penso neste tipo de decisão. As circunstâncias atuais só aceleraram este processo", disse a bailarina.

O texto oficial holandês confirma também a chegada à companhia do bailarino brasileiro Víctor Caixeta, de 22 anos, solista do Balé Mariinsky de São Petersburgo, decisão que o artista já havia anunciado na semana passada.

Smirnova e Caixeta vão atuar juntos no balé "Raymonda", do autor russo Alexander Glazunov, cuja estreia está marcada para 3 de abril, explicou a companhia holandesa.

O Balé Nacional Holandês lembra a declaração de Smirnova no início deste mês na rede Telegram.

"Tenho que ser honesta e dizer que me oponho à guerra do fundo do meu coração", disse o comunicado.

Depois de lembrar que tem raízes ucranianas do lado do avô, Smirnova expressou sua profunda decepção: "É um mundo moderno e iluminado, espero que as sociedades civilizadas resolvam seus problemas políticos apenas por meio de negociações pacíficas."

"Nunca pensei que teria vergonha da Rússia, sempre tive orgulho do talento do povo russo", acrescentou."Mas agora acho que foi traçada uma linha que significa um antes e um depois", explicou.

Smirnova nasceu em São Petersburgo e formou-se bailarina em 2011. Foi contratada como solista pelo Bolshoi e, em 2016, assumiu o cargo de diretora.

Ganhou inúmeros prêmios ao longo de sua carreira, incluindo o Grand Prix do Dance Open Ballet Festival em São Petersburgo em 2016.

Caixeta também é citado no comunicado da companhia holandesa: "As circunstâncias atuais significam que tenho que tomar a difícil decisão de deixar a Rússia, o lugar que foi minha casa por quase cinco anos", lembrou o bailarino brasileiro.