Elza Soares e Renegado celebram o brilho de Rebeca Andrade e protestam contra o racismo

04/08/2021 16h31


Fonte G1

Imagem: DivulgaçãoElza Soares e Renegado (Imagem:Divulgação)Elza Soares e Renegado 

"Deixa o moleque correr / Deixa o moleque brilhar / Deixa o moleque viver / Deixa o moleque sonhar”, pede o rapper Renegado na cadência bonita do samba Black power, temperado com toque de trap.

“Deixa a menina correr / Deixa a menina brilhar / Deixa a menina viver / Deixa a menina sonhar”, corrobora Elza Soares, no ritmo da empolgação da artista com a vitória da atleta Rebeca Andrade nas Olimpíadas de Tokyo.

Música inédita que chega ao mundo digital em single agendado para sexta-feira, 6 de agosto, em gravação feita com produção musical de Umberto Tavares, Black power é samba que cai na prosódia do rap de Renegado e que reforça a conexão musical entre o artista mineiro de 29 anos e a cantora carioca de bravos e joviais 91 anos.

Black power é o terceiro single que une Elza Soares e Renegado. A primeira colaboração fonográfica entre os artistas veio ao mundo em single editado em junho do ano passado com o protesto contra o racismo estrutural que deu o tom engajado de Negão negra (2020), música de Renegado com Gabriel Moura.

Três meses depois, em setembro, a série Amor e sorte (TV Globo, 2020) apresentou na trilha sonora a abordagem da canção tropicalista Divino maravilhoso (Caetano Veloso e Gilberto Gil, 1968) pelos artistas.

Terceiro (excelente) single de Elza com Renegado, Black power integra o sexto álbum de Renegado, 1221, composto por 12 feats inéditos do artista que vem sendo revelados paulatinamente desde fevereiro.

Sexto single do álbum 1221, o samba-rap Black power tem pegada e se alinha com o tom engajado de Negão negra por ser música inspirada no corre-corre diário de meninos e meninas negras para driblar as adversidades sociais e brilhar no mundo.

Inicialmente, o mote para a gravação da música foi reforçar o protesto pelo racismo estrutural que gerou preconceito contra o cabelo black power do professor mineiro João Luiz (participante da 21ª edição do programa Big Brother Brasil) e contra o menino Gabriel, filho da apresentadora Astrid Fontenelle, abordado como se fosse o funcionário do hotel onde estava hospedado em férias na Bahia, para citar dois entre tantos exemplos recentes do preconceito racial acontecidos diariamente no Brasil.

Contudo, o êxito de atletas brasileiros negros nas Olimpíadas acabou dando combustível e sentido adicional aos versos de Black power.

Elza Soares explica a motivação da música. “Cantei a plenos pulmões, com toda minha força, meu amor, minha raiva, com tudo que eu queria passar com minha voz nessa música. Com meu protesto pelo nosso povo negro, com meu prazer por cantar ao lado de Renegado, um artista tão qualificado, tão batalhador, tão amoroso. Eu pedi para cantar a música outra vez depois da medalha da Rebeca, do caso do Gabriel da Astrid e também depois dessa inspiração toda que vem dos nossos jovens do outro lado do mundo. Deixa a menina viver, deixa o menino brincar, deixa, não é isso? É sobre respeito!”, enfatiza Elza Soares.

O rapper ecoa o discurso da parceira na gravação de Black power. “A música é um soco no estômago do racismo e dos racistas, mas de uma forma amorosa, sem querer colocar fogo em ninguém. Nossa música pede ao mundo para deixar nosso povo preto viver, brincar, ser feliz, respirar. Deixa o Alison correr, deixa a Rebeca brilhar, deixa a Kethlen viver, deixa a Rayssa sonhar. É lógico que o protesto tem seu momento raivoso, feroz, principalmente no rap que eu faço na música, mas tem muito trap samba e muito balanço também. Não dá pra falar do flagelo vivido por nossa gente, sem sentir revolta por isso”, contextualiza Renegado.

Enquanto promovem o single Black power, Elza Soares e Renegado – artistas cujas carreiras são gerenciadas pelo mesmo agente, Pedro Loureiro – planejam sair em turnê nacional com o show Onda negra, apresentado originalmente em formato de live em dezembro de 2020.

A ideia é retomar o show a partir deste segundo semestre de 2021, com apresentações presenciais previstas para 2022.

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Tópicos: elza, racismo, renegado