Documentário quer mostrar a verdadeira "balbúrdia" das universidades brasileiras

27/08/2019 14h50


Fonte Revista Galileu

Imagem: DivulgaçãoCena do documentário Cena do documentário "Barbúrdia".

Em abril deste ano, o ministro da educação Abraham Weintraub disse que "universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas”. O que é essa “balbúrdia” a qual o ministro se referiu não ficou claro, mas um documentário quer mostrar o que realmente acontece no interior das universidades públicas: muitas pesquisas científicas.

O projeto foi idealizado por André Gobi e Guilherme Rodrigues, que se conheceram enquanto faziam o curso de Jornalismo Científico na Unicamp, local em que surgiu a empresa júnior Pau a Pique Produções, responsável pela produção do filme. Thomas Knaus será o editor da produção.

O documentário recebeu o nome de Balbúrdia, uma referência à declaração de Weintraub, mas os responsáveis pelo projeto afirmam que as dificuldades das universidades em dialogarem com as instituições políticas não vêm de hoje. "Já sentimos o ataque desde as eleições com um discurso do governo para desmoralizar a pesquisa. E depois vieram os cortes", explica Gobi.

O objetivo da produção, segundo os idealizadores, não é dialogar apenas com o público acadêmico que compõe as instituições de ensino. "O documentário é feito para que pessoas de fora da universidade conheçam a realidade de dentro, já que estão passando uma imagem de que a universidade não é produtiva”, diz Gobi. “O público poderá entender que é o papel da universidade não só científico e tecnológico, mas também social porque a universidade é um direito de todos.”

Para isso, eles entrevistarão estudantes, reitores, professores, pesquisadores, jornalistas especializados, diretores de ONGs e outras instituições ligadas à produção científica e de projetos educacionais. Além disso, eles estão abertos à sugestões de histórias para contar que podem ser enviadas para contato@pauapiqueproducoes.com.

Para o filme sair do papel, Guilherme e André criaram uma campanha de crowdfunding.
“Lançamos uma meta razoavelmente baixa para a produção de um documentário, mas que cobrem os custos das viagens que planejamos fazer para as entrevistas”, afirma Rodrigues. "Na última semana, nos debruçamos sobre a campanha e nos últimos dias aconteceram coisas incríveis com pessoas ligadas a educação compartilhando". A meta, de R$ 53 mil, foi batida no dia 2 de agosto, dois dias antes do prazo final. Mas as doações não pararam por aí e eles acabaram arrecandando R$ 56 mil no total.

Os produtores já gravaram uma pequena parte do documentário no mês de junho para exibir o material durante a campanha de arrecadação. A segunda etapa de gravações começará em setembro, quando eles irão para Brasília filmar entrevistas com políticos e pessoas da Universidade de Brasília (UnB). “O ataque à educação não está somente dentro da universidade, mas também é direcionado a políticos que sofrem os ataques por apoiarem a educação. Isso pode gerar um impacto negativo para o país”, considera Rodrigues. O filme não terá fins lucrativos, portanto toda receita arrecadada será destinada para a produção e distribuição do documentário, que ainda não tem previsão de lançamento.

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