Chico Buarque exalta o talento de Magro em tributo ao arranjador do MPB4

24/03/2021 18h29


Fonte G1

  De 1963 – ano em que ingressou no MPB4 e se integrou ao então trio formado no ano anterior em Niterói (RJ) – até junho de 2012, quando fez o último show com o grupo fluminense, dois meses antes de sair de cena, vítima de câncer, Antônio José Waghabi Filho (14 de novembro de 1943 – 8 de agosto de 2012), o Magro, deixou marca indelével na música brasileira, sobretudo como arranjador.

Nessa longa trajetória profissional, os caminhos musicais de Magro se cruzaram com os de Chico Buarque, em especial nos anos 1960 e 1970. Chico fez vários shows com o MPB4. E Magro fez vários arranjos para discos de Chico.

Iniciada em 1965, a convivência entre os artistas gerou amizade que motivou o cantor e compositor carioca ao louvar mais uma vez Magro em vídeo gravado em 8 de março para ser apresentado na live em que o grupo de samba Toque de Arte celebrará o legado de Magro, com quem o quarteto trabalhou em discos e shows a partir de 2001. O tributo está agendado para 9 de abril no canal oficial do grupo no YouTube.

Com a palavra, Chico: “Faço questão de participar dessa homenagem ao meu amigo Magro, do MPB4. Waghabi! Grande Magro! Nós nos conhecemos em 1965, por aí, éramos todos jovens, todos muito bonitos, e o MPB4 já vinha trabalhando profissionalmente há um pouco mais de tempo do que eu. Então eles me acolheram no grupo, fizemos muito shows juntos, e o Magro foi o meu arranjador, posso dizer que foi o meu primeiro arranjador. E ele tinha um grande talento como músico. Todos sabíamos disso, todos conhecíamos seus arranjos pro próprio MPB4, arranjos vocais e tudo mais, mas, no meu caso, ele tinha um interesse muito grande em ser fiel ao que eu queria. Eu ainda era quase analfabeto musicalmente, e ele sabia exatamente o que eu queria dizer. Lá onde eu não podia explicar tecnicamente o que era, ele sabia o que era! O meu primeiro disco com ele foi fundamental para minha carreira”, reconhece Chico no vídeo que será exibido no tributo do Toque de Arte, intitulado Magrão – Um toque de arte no samba vocal.

Sob direção musical de Alfredo Galhões, Marcelo Eloi (voz, percussão geral e guitarra), Fernando Regis (voz e cavaco), Marcio Costa (voz e violão) e Leandro Vasques (voz e contrabaixo) tocarão sambas de compositores como Jorge Aragão, Martinho da Vila e o próprio Chico Buarque.

Na apresentação, o Toque de Arte entrelaçará números musicais e vídeos, expondo fatos inéditos da vida profissional de Magro Waghabi, testemunhados somente pelo grupo.

Entre o material audiovisual, há o depoimento emocionado do artista ao concluir o arranjo do samba-enredo Aquarela brasileira (Silas de Oliveira, 1963), obra que Magro almejava arranjar há tempos em trabalho que concretizou com o toque do quarteto, realizando sonho pessoal.

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Tópicos: chico, toque, magro