A viagem

08/10/2019 10h43


Fonte Julio Cesar Mauro

"Passinhos curtos como os de um jacaré
Escoltados por uma parelha de cavalos e um escravo de libré
Partindo de Vitória, à cavalo ou a pé
A estrada é longa, densa e sinuosa
Até chegar em Taubaté...

Frutos de um romance proibido, viajam na carruagem
Dois meninos clarinhos como nuvens
E no azul do céu, às seis da tarde de um dia de verão

E o Sol se pondo ao longe, servindo de testemunha
Seja a sorte, ingrata ou bendita
São inocentes e puros, os dois meninos

Ao parar numa estalagem à beira do caminho
Para refrescarem o dia, com a chegada da noite
Vocês ainda vão me perguntar porque os dois infantes viajam tão sozinhos?

Filhos da terra e do conde
Um segredo, uma moratória, o Destino esconde...

Partindo para vilas distantes
Os dois meninos, alheios à tudo, brincam inocentes no macio estofado...

Mil conjecturas, certamente vocês farão
Pois serão eles de sangues nobres ou filhos de algum varão?

Quem são eles?
Quem são vós?
Mil vozes o dirão

Viajam em incógnita presença
Como a vida inglória, ó quão pura inocência
Os separou do ventre materno de sua dulcíssima mãe

Dulcina era o seu bom nome
Mãe zelosa, porém incapaz
De se casar com o homem, um nobre rapaz

Dá-se à Deus
Dá-se a sorte
Jurou a mãezinha em seu leito de morte

Para um orfanato longínquo e distante, o presumido pai enviou os dois meninos
Selando a trajetória de duas vidas, entregues à própria sorte..."





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Tópicos: dois, meninos, sorte