Ludmilla encerra 3ª turnê de Numanice faturando R$ 185 milhões e celebra impacto cultural
26/07/2025 10h41Fonte Revista Quem
Imagem: Reprodução/Instagram
Ludmilla durante a turnê "Numanice #3"

Nos últimos anos, o brasileiro voltou a fazer uma coisa que não fazia há décadas: cantar o amor de duas mulheres, que hoje são casadas e mães, com Maldivas. Porém, muito além de celebrar relações homoafetivas, a cantora Ludmilla, de 30 anos de idade, também promoveu uma mudança ímpar no pagode brasileiro. Os shows da Numanice #3, a terceira turnê do projeto bem-sucedido da cantora, findam onde começaram, no Rio de Janeiro, com casa lotada no gramado do Rio Centro, neste sábado (26) e domingo (27).
Ao todo, foram 26 cidades, o que tornou esta etapa a maior turnê que ela já fez sobre o projeto. "Foi surreal. Não imaginava que ia crescer tanto assim, tão rápido. Começamos a era Numanice #3 com o coração cheio de vontade, e terminamos com um dos maiores projetos da música brasileira nas mãos. Cada cidade, cada palco, tudo me atravessou de um jeito muito profundo e a entrega do público foi absurda! Viver isso tudo foi um presente", destacou a cantora em conversa com a Quem.
Cidades como Rio de Janeiro, Belém, Manaus, Fortaleza, Campinas, Salvador, Recife, São Paulo, Curitiba, Guarapari, Florianópolis, Niterói, Belo Horizonte, Brasília, Ribeirão Preto e Porto Alegre no Brasil receberam a experiência realizada em parceria com a Carvalheira. Mas não só. Miami, nos Estados Unidos, e Porto, em Portugal, também tiveram suas edições especiais pela primeira vez.
"Cada lugar tem uma energia única, uma identidade própria. E isso é o mais lindo. Teve show com muita chuva, mas, mesmo assim, ninguém tirava o pé... Teve show no calorão do verão, com todo mundo suando, mas cantando como se fosse a última festa da vida", lembrou ela, aos risos.
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Ludmilla durante a tour "Numanice #3"

A conexão do público com Ludmilla, aliás, é um dos pontos altos que faz o Numanice mais que ir a um pagodinho. O projeto Numanice faz com que o fã -- e pagodeiro -- mergulhe em um universo próprio criado pela cantora e por sua equipe, com atenção aos mínimos detalhes. "Amo essa troca. O que mais me conectou com cada praça foi ver como o Numanice virou parte da vida das pessoas. As histórias que os fãs contam, os vídeos, os presentes, tudo isso me mostra que a nossa conexão vai muito além da música", completou.
Principalmente para pessoas negras, já que o espaço cercado do evento muito se parece como um grande quilombo moderno. E, nesta era, abraçados por uma cenografia que começa logo na entrada, com tons de laranja, vermelho e rosa. A identidade visual também engloba os bares, banheiros, áreas, ativações das marcas e do próprio projeto e o palco.
O palco, aliás, é o maior símbolo do projeto, com seu formato meio côncavo e completamente decorado. Não há nenhuma ponta de ferragem à vista, o que transporta mais o público ao quilombo da Lud, principalmente quando ela está no palco embalando os fãs entre um sucesso e outro.
O palco, aliás, tem sempre uma passarela para deixá-la mais perto dos fiéis, tanto daqueles que disputam a grade quanto dos que estão mais relaxados e curtindo na sua rodinha de amigos.
Se o termo, algumas vezes, lembra áreas distantes e até empobrecidas, o chão do Numanice é um espaço de exaltação e riqueza, além da ancestralidade. O público faz questão de preparar looks especiais e belíssimos para exaltar sua negritude e a música que nasceu e é, cotidianamente, transformada por negros.
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Ludmilla durante a turnê "Numanice #3"

Além da sintonia com os fãs, o projeto também consolidou a parceria dela com marcas. "O Numanice já virou parada obrigatória no calendário do pagode e, pra gente, estar lá faz todo sentido. Tem tudo a ver com o nosso jeito de ver o rolê: leve, descomplicado e conectado com quem tá ali pra curtir. A ideia é estar presente em um momento marcante com Mikes", comentou Thais Soares, diretora de Marketing de Brutal Fruit no Brasil.
Durante a turnê, Ludmilla viveu um momento pessoal muito único com a esposa, Brunna Gonçalves, de 33 anos. Foi no palco do show em São Paulo que elas anunciaram a gestação da primeira filha, Zuri. Foi em outras praças que a dançarina e influenciadora exibiu a evolução da gestação, e foi também no palco que a artista celebrou a chegada da primeira filha com o público.
"Vivi a gestação com a turnê, e os fãs viveram isso comigo também. Teve fã que levou presente pra Zuri, cartinha... Foi muito especial ver como a minha felicidade tocava as pessoas e como a Zuri já nasceu cercada de amor, não só da nossa família, mas dessa galera gigante que torce por nós", agradeceu.
Para quem nunca viveu essa experiência, o show dura cerca de três horas com música ao vivo, com pouquíssimos covers. Ela conta com o apoio de uma banda e backing vocals experientes. Maliciosa, Pique Djavan, A Preta Venceu, Falta de Mim, Saudade da Gente, Sim ou Não e 26 de Dezembro são algumas das faixas do atual álbum que embalam o público.
Mas a festa não acaba com seu fim. Isso porque, em seguida, a artista volta ao palco sob seu alter-ego de DJ, a LudBrisa, que transporta os fãs de uma grande roda de pagode para o suprassumo de uma boa festa no Rio de Janeiro, com o melhor da música urbana da Cidade Maravilhosa, e hits de outras regiões, como piseiro, brega e outros ritmos.
Com cerca de seis horas de Ludmilla no palco, mas quase 10 horas de evento no geral, a era Numanice chega ao fim para dar espaço a novos desafios da artista, que está mergulhada em um álbum de R&B. O término da turnê #3 também marca um intervalo, temporário, do projeto que contou com um navio temático durante o segundo ato e deixará boas memórias que os fãs passarão para os amigos, com carinho e felicidade.
Numanice #3 em números
Além do impacto social e cultural da festa, o evento é uma máquina de gerar empregos e de movimentar a economia. Produzida em parceria com a Carvalheira, a turnê Numanice #3 foi assistida por mais de 390 mil pessoas nas 26 cidades em que esteve presente, e reafirmando sua força em território nacional e internacional. As duas outras duas turnês do projeto já somavam mais de 680 mil pessoas de público. Mais de 1 milhão de pessoas curtiram o pagode da Lud.
A grandiosidade do projeto, liderado por uma jovem mulher negra, se reafirma como um dos maiores e mais lucrativos do país. Não só para os sócios envolvidos, mas também para a economia, com os empregos gerados. "Foram mais de 45 mil colaboradores diretos envolvidos apenas na terceira edição da turnê, ultrapassando a marca de 120 mil trabalhadores diretos e indiretos em toda a operação — movimentando a economia local por onde passou", destacou Rafael Lobo, sócio da Carvalheira.
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Ludmilla durante a turnê "Numanice #3"

O palco côncavo, que atrai olhares por sua cenografia, exige uma operação própria para cada praça. Cada cidade recebeu 25 toneladas de som e luz, o que dá mais de 650 toneladas ao longo da turnê, para proporcionar ao público uma melhor experiência imersiva.
"A estrutura é planejada para manter a mesma excelência artística e técnica em todas as regiões, respeitando as particularidades culturais de cada local. A turnê passou por capitais como São Paulo, Manaus, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre, além de estrear em Portugal e realizar uma edição histórica em Miami, reunindo a comunidade brasileira e novos fãs internacionais", lembrou o executivo.
Grandiosa em números de produção, o quilombo da Lud também é um exemplo de faturamento. "O Numanice representa uma revolução no mercado de eventos, faturando mais de R$ 185 milhões - consolidando Ludmilla como uma das artistas mais visionárias da música brasileira contemporânea", concluiu o executivo.