Vítima de estupro no PI passa mal ao ter alta e volta a ser hospitalizada

29/06/2015 14h00


Fonte G1 PI

A única das quatro vítimas do estupro coletivo ocorrido em Castelo do Piauí que ainda estava internada e teve alta médica nesta segunda-feira (29) voltou a ser hospitalizada duas horas após deixar o hospital. De acordo com o diretor do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), Gilberto Albuquerque, a garota apresentou reações ao tomar a última dose do coquetel anti-HIV, medicação ministrada em pacientes vítimas de violência sexual.

Na manhã desta segunda, a adolescente chegou até a ganhar festa de despedida da equipe médica do HUT.

"Às 10h ela teve alta. Estava bem, principalmente o quadro neurológico, já que teve um grave trauma craniano. Por volta das 12h, quando já havia deixado o hospital, começou a vomitar e ter febre. Ela voltou a ser internada e agora a previsão é que amanhã ela possa sair. Normalmente os efeitos dessa medicação duram até 24 horas", explicou.

Imagem: Gilcilene Araújo/G1Hospital de Urgência de Teresina.(Imagem:Gilcilene Araújo/G1)

Segundo Gilberto Albuquerque, a menina teve traumatismo craniano e chegou a passar oito dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela foi submetida a uma cirurgia na cabeça e outra para reconstrução das orelhas. Desde que foi internada a garota já vinha recebendo o coquetel anti-HIV e conforme o diretor, sempre apresentava reações.

Assim que deixar o hospital a adolescente passará por acompanhamento psicológico. “Ela ficará aos cuidados de psicólogos, não podemos definir o tempo do tratamento, pois em alguns casos são poucos dias e em outros a terapia dura a vida toda”, disse.

Segundo o diretor, o tratamento inicialmente será feito em Teresina. “Os primeiros 15 dias serão feitos por psicólogos do HUT, depois vamos avaliar com a prefeitura de Castelo se há condições de oferecer o tratamento na cidade”, contou Gilberto Albuquerque.

Durante os 32 dias em que permanceu internada a garota teve a companhia dos pais. Eles são agricultores, deixaram a lavoura e o gado de lado para acompanhar a recuperação da filha.

Ouvida pela Justiça

Na quinta-feira (25), a garota, que ainda estava internada, saiu do hospital para ser ouvida pelo juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude no Complexo da Defesa e Cidadania. Ela precisou ser acompanhada de uma enfermeira, da mãe e de um médico.

As outras duas amigas que sobreviveram ao estupro coletivo também foram ouvidas. De acordo com o promotor do caso, Cesário Cavalvante, as meninas se emocionaram muito durante o reencontro, se abraçaram e choraram.

Danielly Rodrigues, de 17 anos, também foi vítima do crime bárbaro, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu no dia 7. Ela teve esmagamento da face, lesões pelo pescoço e tórax.

Segundo o juiz Antonio Lopes, pelo depoimento das meninas ficou confirmada a participação dos cinco suspeitos, quatro menores e Adão José da Silva Sousa, 40 anos. Eles foram denunciados pelo Ministério Público, que pediu pena de 151 anos para o adulto e aplicação de medida socioedutiva, no Centro Educacional Masculino (CEM), para os garotos. À polícia, Adão José da Silva Sousa negou participação no estupro coletivo.

Os menores estão apreendidos no Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP) em Teresina. Já Adão está preso provisoriamente na Casa de Detenção de Altos, a 38 km da capital piauiense.

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