"Só penso na mãe dele", diz mãe de estudante morta pelo namorado no Piauí

25/06/2017 08h31


Fonte G1 PI

Ainda que com tristeza, mas muito religiosa a professora Dulcineia Lima, mãe da jovem que foi assassinada pelo namorado após uma festa na madrugada da última segunda-feira (19), afirma que quando pensa no suspeito pelo crime, imagina como a mãe dele está se sentindo.

"A dor dela nunca será como a minha. Eu perdi a minha filha e nada vai trazer ela de volta. Mas fico imaginando como ela deve estar se sentindo. Tão decepcionada, tão preocupada. Sou mãe também, sei que qualquer coisa que aconteça com um filho é uma dor muito grande",
afirma.

Imagem: Samantha AraújoMãe da jovem morta recebeu solidariedade dos participantes do ato em Teresina.(Imagem:Samantha Araújo)Mãe da jovem morta recebeu solidariedade dos participantes do ato em Teresina.

Dona Dulcineia lembra com saudades da filha que cursava arquitetura em Teresina. Afirma que apesar da dor, está emocionada por ver e sentir como a filha era amada, principalmente a partir dos amigos que estão tentando ao máximo deixar a lembrança dela viva.

"Eu sempre dizia, filha, ninguém tem amigo, só quem ama é família, mas desde o acontecido tenho visto como tinha gente que gostava dela e que vai fazer tudo para que o crime não fique impune. Tem gente que nem me conhece me oferecendo ajuda. Os amigos de faculdades dela foram até nossa cidade se despedir e homenageá-la. Até a prefeita do nosso município ajudou. Todos tentando amenizar um pouco dessa dor", disse.

A mãe das irmãs Iarla e Ilana conta que foi durante a viagem entre Governador Eugênio Barros (MA) e Teresina ouviu uma conversa, que a levou a supor a gravidade de tudo que tinha acontecido com a filha. Porém, apenas na chegada ao hospital teve certeza da morte da filha.

Protesto

Na manhã deste sábado (24), uma caminhada pelo Centro de Teresina lembrou o crime e pediu justiça. O grupo formado por cerca de 200 pessoas protestou com o objetivo de combater todo tipo de violência contra a mulher.

O apoio

A família de Iarla Lima esclareceu que estão recebendo a ajuda de alguns órgãos, mas que gostariam que o Exército oferecesse algum tipo de ajuda psicológica, afinal de contas foi um oficial da corporação que cometeu o crime.

"Temos muito a agradecer a várias pessoas. Pessoas de outros estados que se emocionaram com a história da Iarla e que estão ajudando como podem. As comissões da OAB que nos dão todo o apoio, mas apesar disso sentimos a falta do apoio do Exército. Foi um deles que cometeu esse crime, acreditamos que eles deveriam ao menos oferecer uma apoio psicológico para as vítimas, que ao menos demonstrassem que se importam e não concordam com esse crime",
afirmou Jordy Mesquita, primo das vítimas.

Tópicos: pessoas, crime, filha