Servidores federais são presos no Piauí durante operação da PF

26/08/2015 14h25


Fonte G1 PI

Dois servidores públicos federais foram presos nesta quarta-feira (26) durante uma operação deflagrada pela Polícia Federal no Piauí. Denominada "Operação Forjas", a ação tem o objetivo de reprimir a prática de crimes ambientais e fraudes contra os órgãos de fiscalização ambiental.

Segundo a PF, os dois servidores atuam na área de fiscalização ambiental no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ibama) e Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semar). Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão, 15 destes no Piauí. Do total de 12 mandados de prisão temporária e 11 mandados de prisão preventiva, foram cumpridas no estado piauiense seis e cinco respectivamente.

Imagem: Catarina Costa/G1Superintendência Regional da Polícia Federal no Piauí.(Imagem:Catarina Costa/G1)Superintendência Regional da Polícia Federal no Piauí.

Os policiais também fizeram a condução coercitiva de 13 pessoas, nove delas no Piauí. A maior parte dos mandados está sendo cumprida em Teresina, Oeiras, Floriano, Picos e São Raimundo Nonato.

Além do Piauí, outros oito estados são alvo da operação: Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Pará, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Segundo a PF, a Operação Forjas visa desarticular grupo criminoso que atua principalmente na simulação, falsificação e comercialização de créditos de produtos de origem florestal a partir de licenciamentos ambientais no Piauí, com o intuito de acobertar desmatamentos ilegais geralmente em outros estados.

Léia Cecilia Muniz, delegada chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais da PF, disse que os dois servidores atuavam fazendo uma espécie de advocacia administrativa, agilizando alguns procedimentos e orientando as pessoas beneficiadas pelo esquema sobre licenciamentos e outros serviços.

“Esses servidores recebiam dinheiro para isso. Eles orientavam os consumidores a burlar a fiscalização. Há três anos o esquema vem sendo investigado, mas ainda vamos colher mais elementos e saber ao certo o tempo de atuação da quadrilha”,
explicou a delegada.

Imagem: Catarina Costa/G1Delegada da Polícia Federal falou sobre como o grupo agia.(Imagem:Catarina Costa/G1)Delegada da Polícia Federal falou sobre como o grupo agia.

O esquema visa, sobretudo, abastecer empresas siderúrgicas com carvão vegetal produzido clandestinamente em áreas mais próximas daquele mercado consumidor, principalmente Minas Gerais, para isso utilizando-se de licenças obtidas no Piauí.

Ainda conforme a PF, mesmo com todo o aperfeiçoamento usado no esquema, a polícia descobriu a fraude analisando imagens de satélite e ainda ao encontrar inconsistência nos processos durante as perícias. “Até placa de moto e carros de passeio constavam como sendo veículos que faziam o transporte dos produtos ambientais, madeira, por exemplo”, falou Léia Cecília.

A investigação aponta danos ambientais calculados em aproximadamente R$ 53 milhões levando-se em consideração o custo estimado para recuperação das áreas degradadas, mas conforme a delegada, algumas dessas áreas não têm mais condições de serem recuperadas.

Todos os presos foram ouvidos e serão encaminhados para o sistema prisional. Eles responderão pelos seguintes crime: corrupção ativa e passiva; falsidade ideológica; advocacia administrativa; participação em organização criminosa e associação criminosa; simulação de origem de produto florestal e comercialização e transporte clandestino de produtos florestais.

O nome da Operação faz alusão ao verbo “forjar” em razão da principal prática criminosa de adulterar, manipular e simular créditos florestais.