Promotora pede perícia em 4 crianças que teriam sido torturadas em ritual

04/05/2016 07h40


Fonte G1 PI

Imagem: Catarina Costa/G1 PIPromotora Vera Lúcia e conselheira Socorro solicitaram a realização de exames.(Imagem:Catarina Costa/G1 PI)Promotora Vera Lúcia e conselheira Socorro solicitaram a realização de exames.

Uma menina e três meninos que também teriam sido submetidos a ritual de purificação em um salão de umbanda, localizado a 20 km da cidade de Timon, no Maranhão, passarão por uma perícia. O pedido feito nesta terça-feira (3) pela promotora da Vara da Infância e Juventude de Teresina, Vera Lúcia, tem como objetivo comprovar se as crianças foram torturadas e abusadas sexualmente.

Segundo a promotora, a decisão foi tomada depois que o Serviço de Atenção às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Samvis) confirmou o abuso sexual na menina de 10 anos, morta com suspeita de intoxicação. De acordo com o diretor do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), Gilberto Albuquerque, a garota apresentava papilomas (verrugas) nas cordas vocais, que foram transmitidas sexualmente através do vírus HPV.

“Estas outras crianças fazem parte da mesma família. Elas são irmãos e primos que frequentavam o mesmo ambiente da menina falecida na semana passada. Pedimos estes exames porque queremos saber se houve violência sexual e atos de tortura”,
declarou a promotora.

Os procedimentos médicos para as crianças do sexo masculino serão realizados no Instituto Médico Legal (IML), já a menina passará por exames no Samvis. Ainda de acordo com a promotora Vera Lúcia, a perícia foi solicitada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e Promotoria da Infância e Juventude.

“A partir dos resultados destes exames decidiremos pelo recolhimento ou não destas crianças. Por enquanto, a Promotoria e o Conselho Tutelar vão monitorar estas famílias e será feito um levantamento histórico delas”,
afirmou.

A conselheira tutelar Socorro Arrais destacou que as quatro crianças foram levadas para o salão de umbanda pela avó, alegando que os netos precisavam passar por um tratamento espiritual para não “virarem criminosos”. Todas apresentavam as mesmas características: cabelos raspados e cicatrizes em forma de cruz pelo corpo.

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