Exames não comprovam tortura e abuso em crianças submetidas a ritual

04/05/2016 07h59


Fonte G1 PI

Imagem: Ellyo Teixeira/ G1Crianças foram submetidas a exames no IML de Teresina.(Imagem:Ellyo Teixeira/ G1)Crianças foram submetidas a exames no IML de Teresina.

Três meninos que também teriam sido submetidos a ritual de purificação em um salão de umbanda, localizado a 20 km da cidade de Timon, no Maranhão, foram levados ao Instituto Médico Legal de Teresina (IML) e passaram por exames de corpo de delito. As crianças chegaram por volta de 17h desta terça-feira (3) e segundo a conselheira tutelar Socorro Arraes, as suspeitas de abuso sexual e tortura não foram confirmadas pelos procedimentos.

“Foram feitos os exames e não ficou comprovado nem abuso sexual e nem agressão física. Essas crianças também estiveram no salão de umbanda e essa análise é justamente para saber se eles também sofreram lesões como a menina de 10 anos que morreu. Agora iremos encaminhar os resultados para o Ministério Público e para a Polícia Civil. Mais crianças continuam sendo investigadas”, contou.

As crianças foram levadas para fazer exames, depois da confirmação que a menina que morreu na semana passada foi vítima de abuso sexual. A informação foi dada pelo conselho tutelar que teve acesso ao exame realizado pelo Serviço de Apoio à Mulher Vítima de Violência Sexual (Samvvis).

A promotora de justiça da Vara da Infância e Juventude de Teresina, Vera Lúcia Santos, que acompanha o caso também confirmou o estupro. Ela disse que todas as crianças que frequentaram o ritual de cura vão passar por exames para saber se sofreram tortura ou foram vítimas de abuso sexual.

“Estas outras crianças fazem parte da mesma família. Elas são irmãos e primos que frequentavam o mesmo ambiente da menina falecida na semana passada. Pedimos estes exames porque queremos saber se houve violência sexual e atos de tortura”,
declarou a promotora.

A Delegacia Geral da Polícia Civil informou em nota nesta terça-feira que já foram ouvidas várias testemunhas como familiares, médicos e vizinhos da criança (que morreu) e que outras pessoas ainda prestarão depoimento nos próximos dias.

A delegada Tatiana Trigueiro, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, informou também que as perícias técnicas estão sendo realizadas, mas que não adiantará detalhes da investigação até que todos os laudos estejam finalizados, como o relatório de toxidade do líquido que supostamente teria sido ingerido pela vítima e a autópsia, cujo prazo para conclusão é de 30 dias.

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Tópicos: sexual, exames, abuso