Estudantes promovem passeata para salvar rio Gurgueia no Sul do Piauí

31/08/2015 08h10


Fonte G1 PI

Imagem: G1 PIClique para ampliarEstudantes promovem passeata para salvar rio Gurgueia no Sul do Piauí(Imagem:G1 PI)

Estudantes e fiéis da paróquia de Jerumenha promoveram uma passeata para pedir a preservação rio Gurgueia, no Sul do Piauí, que pelo terceiro ano seguido continua seco. Com faixas e cartazes, eles alertaram sobre a conservação das poucas nascentes que ainda têm água.

Com 532 quilômetros de extensão, o rio Gurgueia é o maior afluente do Parnaíba, nascido no próprio estado. Em vários pontos, às margens foram desmatadas, a mata cilitar queimada para dar lugar as plantações que não protegem o solo e o leito ficou assoreado.

O aposentado Gonçalo Benício Ferreira, de 85 anos, viu e aguardou na memória todo o esplendor de um dos maiores rios do Piauí. "Conheci este rio sendo uma estrada de navegantes, carregava riquezas para vários lugares. Vi várias balsas carregadas de produtos passando por aqui. A movimentação maior era de dezembro a começo de abril", lembrou.

Outra ação humana pode ter contribuído para comproter o curso do rio. Na década de 90 o governo fez a ponte de 120 metros de extensão sob o Gurgueia, para interligar os municípios de Manoel Emídio e Eliseu Martins, mas esqueceu de retirar as balsas das margens. Segundo os moradores, elas ficaram abandonados no leito do rio e provocaram uma barreira parcial da água.

Atualmente com menor volume, o curso da água é visto somente um rastro. Aos 86 anos, Pedro Duarte conta ter usado várias vezes canoas para fazer a travessia de pessoas de uma margem à outra. "O erro foi este aí, fizeram a porte e deixaram as balsas no rio. O Gurgueia foi secado até desaperecer", declarou.

Ninguém na região acredita que o rio volte a ser navegável, mas em Jerumenha a paroquia e as escolas tentam conscientizar as novas gerações para que o rio não mora de vez. "Como diz o Papa Franscico, cada um fazendo do sofrimento da natureza, o seu e criando esta consciência de preservação. Deus criou tudo isto e nós devemos ser zeladores, guardiões de toda esta obra da criação", comentou Eulálio Miranda, administrador da paróquia.

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