Alunos das cidades mais pobres vão receber bolsa para não deixar escola

31/08/2016 08h21


Fonte G1 PI

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarSerão contempladas 58 escolas em 44 municípios piauienses.(Imagem:Reprodução)

Um novo programa implantado pelo Governo do Estado vai compensar em dinheiro estudantes da rede pública que permanecerem na escola até o fim do ensino médio. Nesse primeiro ano, o projeto vai atender 44 municípios do Piauí com os maiores índices de extrema pobreza. O objetivo é diminuir a evasão escolar entre estudantes. Em 2015, apenas no ensino médio, 16,9% do alunado abandonou os estudos.

O estudante do 1º ano do ensino médio Alexandre Sales conta que viu muitos colegas desistindo dos estudos antes mesmo do início do segundo semestre. “Quando chegou no mês de maio e junho começaram a desistir. Três, cinco pessoas deixaram de vir pra escola, foram até cortados da chamada e tudo mais”, disse.

Serão 58 escolas e mais de sete mil alunos contemplados com recursos do Banco Mundial. O benefício de R$1.500,00 será parcelado em três etapas. O estudante recebe R$400,00 pela aprovação no primeiro ano, R$500,00 pela aprovação no segundo ano e R$600,00 pela aprovação no terceiro ano. Os alunos do sistema de educação de jovens e adultos também são beneficiados pelo programa.

O estudante Emerson Ribeiro, que está no terceiro ano, já tinha até pensando em parar os estudos, mas desistiu. “Preferi continuar porque mais a frente eu precisaria desse estudo. Seria muito difícil poder trabalhar mais tarde sem o estudo”, explicou.

Para o diretor de escola Paulo Tavares, o incentivo pode ajudar outros jovens a mudar de ideia também. “O aluno sabendo que, ao final do ensino médio, pode ter uma bolsa que o resguarde a pagar passagem, comprar apostilas, se reciclar, comprar material didático para se aperfeiçoar cada vez mais. Isso tira dele a necessidade de sair da escola pra fazer bico”, disse.

Apesar de motivador, alguns profissionais ainda veem com receio a aplicação desse programa. A psicóloga Patrícia Sampaio tem dúvidas sobre a eficiência do programa e acredita que o investimento na qualidade da educação não pode ser esquecido. “Só a presença não vai melhorar a qualidade de ensino e nem vai fazer com que o aluno fique na sala de aula e termine os estudos. Mas sim a qualidade do professor, as instalações físicas da escola e como isso vai ser cobrado”, explicou.

A coordenadora do Projeto Poupança Jovem, Luíza Vieira da Costa, explica que a ideia também é investir na qualidade de educação e não apenas dar dinheiro para esses jovens. “Ele tem que estar aprovado, não é só pagar pra ele estudar, ele tem que mostrar um rendimento e no final o resultado. Nós queremos aumentar o índice de aprovação no nosso estado”, disse.

Tópicos: programa, jovens, escola