Acusados pela morte de PM do PI tem sigilo bancário e telefônico quebrado

15/02/2017 08h54


Fonte G1 PI

A Justiça do Piauí autorizou a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de parte dos acusados de participação na morte do policial militar do Bope Claudemir de Paula Sousa, assassinado com oito tiros no dia 6 de dezembro do ano passado. Em decisão publicada no sistema judicial eletrônico nesta terça-feira (14), a juíza Maria Zilnar Coutinho afirmou que as quebras irão servir para confirmar com segurança a autoria e as circunstâncias do crime.

No mesmo documento, a magistrada também aceitou petição do Ministério Público do Piauí pela denúncia dos oito envolvidos pelos crimes de homicídio duplamente qualificado (mediante pagamento e sem chance de defesa para a vítima) e também por associação criminosa.

A quebra dos sigilos foi solicitada pela Polícia Civil do Piauí. Com relação ao sigilo telefônico, todos os acusados terão suas comunicações periciadas. A Justiça determinou que as empresas prestadores de serviço devem enviar um todos os telefones habilitados nos nomes dos acusados, bem como histórico de ligações geradas, recebidas e tentadas, e ainda o conteúdo dos torpedos enviados e recebidos no período de 10 de setembro a 10 de dezembro de 2016.

Sobre a quebra do sigilo fiscal e bancário, apenas Leonardo Ferreira Lima e Maria Ocionira Barbosa, que, segundo o MP, mantinham um relacionamento amoroso e encomendaram a morte, e a vítima, Claudemir Sousa, tiveram seu sigilo violado.

A juíza Maria Zilnar solicitou também que o MP se pronuncie sobre um pedido de revogação de prisão e desmembramento do processo de Thaís Monait Neris de Oliveira, apontada pela denúncia como “olheira” para a consumação do homicídio. A decisão prevê o envio dos autos processuais para a Políci Federal, já que existem indícios de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) praticadas por alguns dos acusados.

A defesa de todos os citados foi procurada, mas ninguém foi encontrado para comentar as decisões da Justiça.
Imagem: João Cunha/G1Policial foi morto quando saia de academia, na Zona Dul de Teresina.(Imagem:João Cunha/G1)Policial foi morto quando saia de academia, na Zona Dul de Teresina.

Circunstâncias do crime

Tanto a investigação da Polícia Civil, quanto o Ministério Público apontam que os acusados Leonardo Ferreira Lima e Maria Ocionira Barbosa de Sousa, que mantinham um relacionamento amoroso e eram parceiros em supostas fraudes ao INSS, encomendaram a morte da vítima. A denúncia aponta que Claudemir havia retornado há menos de um mês para Teresina, e tencionava reatar o namoro com Maria Ocionira, chegando, inclusive, a pedi-la em casamento.

A peça do MP defende que, temendo que a reaproximação prejudicasse sua relação amorosa e financeira, os acusados planejaram o homicídio, ofereceram R$ 20 mil aos executores. A negociação foi intermediada pelo acusado José Roberto Leal da Silva, conhecido como Beto Jamaica, que contatou Weslley Marlon Silva, Francisco Luan de Sena e Igor Andrade de Sousa para estabelecer os termos da contratação.

A investigação mostra que coube a Weslley Marlon Silva e a outro acusado, Flávio Willame da Silva, a tarefa de executar a vítima. A denúncia aponta ainda Thaís Monait Neris de Oliveira, que, junto com Francisco Luan de Sena, serviram como “olheiros”, sendo que o segundo ficou responsável por transmitir um aviso aos dois atiradores quando a vítima saísse da academia.

O MP afirma ainda que o casal acusado tinha marcado duas viagens, sendo uma para Natal (RN) no final de 2016 e outra para a Europa em janeiro de 2017. No mesmo dia do homicídio, Maria Ocionira trocou mensagens com a mãe da vítima, informando que se casaria com Claudemir em fevereiro deste ano. O representante do Ministério Público ressalta que tal atitude demonstra a frieza da acusada, que agiu de forma calculada.

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