Com paralisação, serviços recuam 3,8% em maio e têm pior queda mensal desde 2011

14/07/2018 08h55


Fonte Folha Press

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarCom paralisação, serviços recuam 3,8% em maio e têm pior queda mensal desde 2011.(Imagem:Divulgação)

A paralisação dos caminhoneiros reverteu o viés positivo com o qual o setor de serviços brasileiro iniciou o segundo semestre.

O volume de serviços caiu 3,8% em maio ante abril, quando havia registrado alta mensal de 1%, a primeira no ano. Foi o resultado negativo mais intenso da série histórica iniciada em janeiro de 2011, apontou o IBGE na última sexta-feira (13).

Em relação a maio de 2017, a queda também foi de 3,8%.

As informações são da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), que fecha o ciclo de levantamentos que capturam o impacto dos protestos de caminhoneiros em importantes setores da economia durante o mês de maio.

O movimento começou em 21 de maio e durou 11 dias. Bloqueios em estradas do país levaram ao desabastecimento de alimentos e combustíveis, o que pressionou os preços no período.

Junho registrou a maior inflação em 23 anos. O IPCA, índice oficial de inflação no país, teve alta de 1,26%, a maior para o mês desde 1995. Considerando todos os meses, foi o maior índice desde janeiro de 2016. Em maio, a inflação havia sido de 0,4%.

A indústria recuou a patamares de 2003. A produção industrial teve queda de 10,9% em maio ante abril. O resultado foi o pior desde dezembro de 2008, durante a crise internacional, quando o arrefecimento da atividade econômica mundial fez a produção recuar 11,2%.

Dos 14 estados pesquisados pelo IBGE, 13 registraram queda na produção industrial no período. Os mais afetados foram Mato Grosso (-24,2%), Paraná (-18,4%), Bahia (15%) e Santa Catarina (-15%). A exceção foi o estado do Pará, que teve alta de 9,2%.

As vendas no varejo também recuaram em maio, registrando o primeiro resultado mensal negativo do ano.

O volume de vendas caiu 0,6% na comparação com abril, resultado mais fraco desde a queda de 0,8% em 2016.

Maio costuma ser um mês bom para o varejo, devido à comemoração do Dia das Mães, mas seis das oito atividades pesquisadas pelo IBGE caíram.

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