Torcedores cobram documentos na justiça sobre venda da sede do Fla-PI

24/07/2014 11h50


Fonte G1 PI

Um grupo de torcedores do Flamengo-PI entrou com uma ação na justiça no início da tarde desta quarta-feira (23) exigindo explicações sobre a venda da sede do clube, alvo de críticas de setores da torcida. Na ação, são pedidos uma série de documentos aos dirigentes do rubro-negro, referentes à venda da sede social e à eleição da atual diretoria.

A peça jurídica elaborada pelo advogado Mauro Motta, contratado pelo grupo identificado como Resgaste Fla-PI, exige que o presidente Jankel Costa, o vice-presidente José Cardoso e o ex-presidente Everaldo Cunha, apresentem o contrato de compra e venda da sede social; edital para convocação dos sócios para aprovar a venda do patrimônio do clube; a ata de reunião ordinária ou extraordinária, assinada pelos sócios e registradas em cartório autorizando a venda; as possíveis alterações no estatutos; as atas de eleições dos presidentes de 2008 a 2014 e o comprovante de todos os impostos e obrigações trabalhistas e previdenciárias quitadas.

Imagem: Wenner TitoAdvogado e torcedor do Grupo Resgaste Fla-PI registraram a ação no Tribunal de Justiça.(Imagem:Wenner Tito)Advogado e torcedor do Grupo Resgaste Fla-PI registraram a ação no Tribunal de Justiça.

Segundo Petrônio Filho, um dos torcedores responsáveis pela ação, a venda do patrimônio do clube não foi feita de forma clara. Até o motivo apresentado para o negócio não se justifica, segundo os torcedores descobriram posteriormente.

- Descobrimos que a sede do clube tinha sido vendida, para supostamente pagar dívidas trabalhistas. Fomos conferir no Ministério do Trabalho e as dívidas continuam. Queremos prestação de como foi vendido, porque foi vendido e porque não quitaram essas dívidas trabalhistas – explica Petrônio Filho.

Após o deferimento do juiz responsável por receber esta ação, os dirigentes e ex-dirigentes do Flamengo-PI envolvidos no caso deverão ser notificados, e a partir daí terão 5 dias para apresentar os documentos exigidos na peça jurídica. Após a apresentação destes documentos, o grupo estuda outras medidas cabíveis.

- Quando apresentarem estes documentos, vamos tomar outras medidas legais. Se não apresentarem, pedimos ao juiz o valor de uma multa diária no valor de R$ 1.000,00 para cada dirigente e para o ex-dirigente, Everaldo Cunha, que foi quem começou a venda – explica o advogado Mauro Motta.

Para Petrônio Filho, a medida jurídica foi necessária devido à conduta dos atuais dirigentes do Flamengo-PI, que, segundo ele, nunca demonstraram interesse em explicar oficialmente como foi feita a operação da venda da sede.

- Há desmandos administrativos no clube, e é por isso que está deste jeito. Desde 2009 queremos saber destas coisas e só recebemos chacotas – diz.

Imagem: Emanuele Madeira/GLOBOESPORTE.COMClique para ampliarCardoso nega qualquer envolvimento com a venda.(Imagem:Emanuele Madeira/GLOBOESPORTE.COM)Cardoso nega qualquer envolvimento com a venda.

Dirigente nega envolvimento


O GloboEsporte.com tentou entrar em contato com os dirigentes citados na ação movida pelo grupo Resgaste, mas apenas o vice-presidente José Cardoso foi localizado. No entanto, Cardoso nega qualquer envolvimento com a venda da sede do clube.

- Sobre a venda, eu não assinei nada, não sei de nada, só sei que foi feito. Isso é com o presidente Jankel Costa e com o Everaldo, quem começou a venda – diz ele.

O dirigente, no entanto, não esconde suas críticas em relação aos torcedores que moveram a ação. Para ele, as ações do grupo apenas atrapalham e não contribuem em nada para o crescimento do clube.

- Esse grupo diz que é de resgaste, mas é de palhaçada. Já desafiei, disse que entregava meu cargo, mas não querem assumir, só querem bagunçar – finaliza.