Sem ambulância, presidente de clube reanima jogadora com tapas e álcool

28/11/2014 15h06


Fonte G1 PI

Imagem: G1 PIClique para ampliarSem ambulância, presidente de clube reanima jogadora com tapas e álcool.(Imagem:G1 PI)

A bruxa esteve solta no gramado do estádio Albertão, em Teresina. A partida entre São Paulo Star Pink e Flamengo-PI, válida pela Copa Piauí de Futebol Feminino, aconteceu em meio a um cenário de caos: a praça esportiva estava sem luz, os laudos de liberação do Corpo de Bombeiros para a liberação de jogos estão vencidos, não havia público, policiamento e ambulância. A situação piorou após uma jogadora tricolor passar mal, desmaiar e ser atendida pela "presidente-enfermeira". Para reanimá-la, os procedimentos foram tapas e inalação de álcool à beira do campo. 

Não foi a primeira vez que a dirigente atuou como enfermeira. Na rodada anterior, Francisca Rodrigues teve que socorrer uma jogadora do seu clube, que também passou mal. Agora, mais uma vez, a presidente precisou reanimar outra atleta. Com pouco mais de 25 minutos do segundo tempo, Sâmia foi atingida na cabeça por uma bolada e acabou desmaiando.

- Foi um nocaute. A bola atingiu minha cabeça na altura do supercílio. Fiquei bastante tonta, até cheguei a pedir ajuda antes de cair para uma das minhas companheiras – afirmou a jogadora, que, já sentada, levou uma bolada nas costas.

Imagem: Emanuele Madeira/GloboEsporte.comJogadora é atendida pela presidente do clube.(Imagem:Emanuele Madeira/GloboEsporte.com)Jogadora é atendida pela presidente do clube.

Ainda na partida, no banco de reservas, uma jogadora teve que imobilizar o ombro com a camisa de jogo após sentir dores . Uma terceira atleta teve um choque de cabeça durante a partida, cortou o supercílio, mas voltou para o jogo. No Flamengo-PI, outra jogadora também passou por um lance parecido.

Chegando na última rodada da fase de classificação, a Copa Piauí de Futebol Feminino não teve em nenhuma das cinco rodadas anteriores a presença de ambulância ou profissionais de saúde. A presença de policiais militares é cobrada pelos times. Por isso a presidente do São Paulo considera o fato como um descaso ao futebol amador feminino no Piauí.

Imagem: Emanuele Madeira/GloboEsporte.comApós passar mal, atleta é substituída.(Imagem:Emanuele Madeira/GloboEsporte.com)Após passar mal, atleta é substituída.

- A presença de uma ambulância seria o ideal, com certeza. Você sabe que o futebol feminino é menosprezado, eles nunca dão lugar ao futebol feminino - criticou Francisca.

No estatuto do torcedor, o artigo 16 só prevê a obrigatoriedade de ambulância em partidas oficiais que tenha público pagante. Segundo o presidente da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol (CEAF), não cabe à arbitragem informar qualquer incidente da natureza médica em súmula ou sugerir a presença do veículo. De fato, nas súmulas dos dois jogos nada foi relatado.

- Não existe a obrigatoriedade em partidas amadoras, é algo presente no estatuto do torcedor. No entanto, cabe a todos o bom senso. Os clubes também podem solicitar os serviços de saúde - afirmou José Steifel, presidente da Ceaf.

A Copa Piauí de Futebol Feminino é uma realização do departamento amador da Federação de Futebol do estado, a FFP. Procurado desde o início da semana, Daniel Araújo, diretor do departamento, não foi encontrado para comentar os casos. Sobre os laudos de segurança do estádio, a Fundespi - responsável pela administração do Albertão - informou que solicitou a inspeção do Corpo de Bombeiros no local.

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Tópicos: copa, feminino, jogadora