Lutador faz visual "ogro" e usa tática para vencer no MMA

24/10/2014 14h25


Fonte Globoesporte.com

A beleza está nos olhos de quem vê. A frase se encaixa como uma luva para Francisco de Assis da Silva Filho, chamado de “Bizonho”. Aos 24 anos de idade, o lutador parte para a sua segunda luta no MMA e a estratégia dele no octógono (pasmem) não irá se restringir às técnicas da capoeira, kung fu ou jiu-jítsu, suas especialidades. Trabalhado especialmente para a quarta edição do Piauí Figth Gladiators, o visual “ogro” foi feito para assustar o adversário no evento deste domingo. Para “Bizonho”, quanto mais feio, melhor.

Imagem: Josiel Martins/Globoesporte.comClique para ampliarLutador usa José Aldo como fonte de inspiração no octógono.(Imagem:Josiel Martins/Globoesporte.com)Lutador usa José Aldo como fonte de inspiração no octógono.

A aparência nada amistosa é tida como certeza de vitória para Bizonho. A mãe do atleta, a dona de casa Leone Pereira, é que não gostou da brincadeira. Bizonho revela que ela levou um susto ao se deparar com o estilo, mas será obrigada a conviver, pelo menos, com o visual até o fim da luta. Tudo, porém, tem uma explicação.

- Uma luta no octógono gira em torno de muitos fatores, um deles, é o psicológico. Para destruir um cara tem que ser além do preparo físico. Vou olhar no olho dele e pôr medo. Meu visual é para assustar o rival, amedrontar quanto mais feio possível. Com certeza, o feio vai ter efeito até porque feiura assusta – conta o lutador, fã de José Aldo, campeão peso-pena do UFC.

Francisco Bizonho começou na capoeira há 15 anos, de lá veio o apelido em homenagem ao seu mestre. Esperto e ágil acabou sendo convidado para treinar kung fu e jiu-jítsu em seguida. No ano passado, conheceu o MMA e no primeiro desafio acabou desistindo – situação que não deseja passar novamente.

- Amadureci e ganhei mais resistência. Não é só ser feio (risos). Na época, acabei tendo uma lesão em dois dedos do pé e estou recuperado. Vou apostar também na movimentação de capoeira e ficar esperto na luta de chão. A arte marcial tem que ter respeito e disciplinar – completa.

Assim como nos filmes infantis, o “monstro” traz no fundo um coração do tamanho da sua beleza exótica. Da periferia de Teresina, Francisco Bizonho trabalha como pedreiro de edificações. Após uma jornada de trabalho puxada, o lutador vai à academia na Zona Sudeste da capital e chega a treinar por sete horas seguidas, como Bizonho enfatiza, das 18h à 1h. Tanta determinação traz um sonho escondido, o de se tornar atleta profissional das Artes Marciais Mistas.

- É desgastante a correria do dia a dia, mas é necessário força de vontade e amar o que você está fazendo. Como chego ao treino cansado, começo a fazer uma movimentação e o sangue esquenta. É preciso buscar ânimo sempre – revela.

Bizonho dá aula gratuita para 25 alunos, a maioria formada por jovens. Se ele vai vencer pela primeira vez no octógono, a sua beleza peculiar é quem vai decidir, contudo, nos rounds da vida o lutador bem que poderia ganhar um cinturão.

- Sou de um lugar onde as pessoas que cresceram comigo na rua viraram até traficantes. Por conta do esporte, sou diferente e consigo tentar ser exemplo de superação para os moradores da minha rua, do meu bairro. Repasso aos meus alunos que os homens devem prezar pela honestidade. Para o cara ser bom no esporte, é preciso garra e determinação. Acredito que tenho isso, além da humildade e do espírito guerreiro.

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Tópicos: luta, bizonho, octógono