Idoso de 70 anos pedala mais de 1,7 mil km de bicicleta do DF até Teresina

09/06/2015 09h06


Fonte G1 PI

Imagem: Isabella Calzolari/G1O ciclista Wanderli de Sousa com as duas bicicletas na chácara onde mora no Gama.(Imagem:Isabella Calzolari/G1)O ciclista Wanderli de Sousa com as duas bicicletas na chácara onde mora no Gama.

Considerado "amante do esporte" desde a adolescência, o ciclista de 70 anos Wanderli Marques de Sousa pretende pedalar 1,7 mil quilômetros em 20 dias para viajar do Distrito Federal até Teresina, no Piauí. Sousa começou o itinerário nesta segunda (8). Para se preparar, o morador do Gama, região administrativa da capital federal, treinava até três horas por dia.

Essa não é a primeira vez que Sousa vai fazer uma longa viagem em cima de uma bicicleta. Para comemorar os 60 anos, em 2004 ele foi até São Paulo com uma bicicleta comprada em 1979. Foram nove dias de viagem na ida e sete na volta. Sousa pedalou 2,1 mil quilômetros em cada trecho.

"Eu faço isso porque o coração é bom, sou atleta nato e quero mostrar para toda a humanidade que o esporte é tudo, esporte é vida. Só porque vou morrer não quer dizer que não vou melhorar esse estado de vida para ter pelo menos umas 24 horas à frente",
afirmou.

Nove anos depois de ir até a capital paulista, Sousa pedalou 2,4 mil quilômetros na companhia de um amigo até João Pessoa, na Paraíba, onde nasceu. Desta vez, ele fez o trajeto com uma bicicleta mais nova, comprada em 2006. Durante a ida, a dupla teve apoio de policiais rodoviários. A volta foi feita de ônibus.

Imagem: Wanderli de Sousa/Arquivo PessoalO ciclista Wanderli de Sousa durante viagem a São Paulo.(Imagem: Wanderli de Sousa/Arquivo Pessoal)O ciclista Wanderli de Sousa durante viagem a São Paulo.

No início dos anos 80, Sousa largou a profissão de caminhoneiro para se dedicar ao fisiculturismo. Ele chegou a disputar vários campeonatos e ganhou títulos como profissional na modalidade. Porém, anos depois resolveu deixar de lado o fisiculturismo e começou a investir no ciclismo.

Imagem: Wanderli de Sousa/Arquivo PessoalClique para ampliarWanderli durante campeonato de fisiculturismo.(Imagem: Wanderli de Sousa/Arquivo Pessoal)Wanderli durante campeonato de fisiculturismo.

“Eu quero mostrar para a terceira idade que nunca é tarde, que a gente pode isso. Se a pessoa for tomar remédio, for diabético, hipertenso, o estado de saúde melhora automaticamente fazendo exercício",
disse.

Ele afirma conhecer mais de dez estados brasileiros em cima das duas bicicletas que tem. Para se preparar para as longas viagens, além de pedalar quase 50 quilômetros por dia, o ex-caminhoneiro faz musculação três vezes por semana e mantém uma alimentação equilibrada.

“Às vezes eu estou aqui e falo que vou para Anápolis. Saio 11h e quando dá 16h30 estou dentro da cidade. Cansar cansa, mas a gente dá uma descansada de 10 minutos no caminho, bebe água, come uma barrinha, e pedal de novo.”


A mulher de Sousa, a dona de casa Vera Lúcia Marques, de 65 anos, diz estar acostumada com as viagens do marido. "Nem ligo mais não. Não adianta falar para ele não ir que ele vai mesmo assim. A gente arruma as roupas para ele levar, arruma um lanche para comer na beira da estrada. Eu fico preocupada, mas não tem jeito, a gente se preocupa, mas apoia", contou.

Para o ciclista, a maior dificuldade nos percursos é a qualidade das estradas. "São Paulo é uma beleza, você está rodando em asfalto de primeiro mundo, a bicicleta desliza que até dá prazer em pedalar. No Norte a estrada é esburacada, sem acostamento, se precipitando com carretas, é muito ruim, mas nunca sofri nenhum acidente."

Para ir até o Piauí, o idoso contou que vai pendurar na bicicleta uma bandeira do Distrito Federal e uma do Brasil. "Quando chegar lá penduro uma do Piauí", disse. Durante o percurso, ele quer apreciar as paisagens e afirmou estar com a mochila preparada para qualquer impasse.

Imagem: Wanderli de Sousa/Arquivo PessoalClique para ampliarBarraca usada pelo ciclista nas viagens.(Imagem:Wanderli de Sousa/Arquivo Pessoal)Barraca usada pelo ciclista nas viagens.

"Levo tabletes de chocolate, de cereais, uma rapadura, que é carboidrato vivo, rico em cálcio e ferro. Pego a rapadura, trituro em cubos e no espaço de tempo que pedalo degusto a rapadura",
falou. "Levo rede, barraca e colchonete. O local que der para dormir em barraca eu durmo. A rede é boa porque às vezes estou cansado e não quero desfazer a bagagem, então só pego a rede e durmo."

Com a rotina intensa de exercícios físicos, Sousa manda um recado para os jovens e idosos. "O jovem deve procurar levar uma vida regularmente saudável com relação à alimentação, a dormir, ter uma higiene mental e física, se afastar das drogas e levar um ritmo bom que asism terá uma terceira idade cheia de vitalidade e de saúde", afirmou. "Quanto à terceira idade, nunca é tarde para fazer exercício. Velho vai ficar se for sedentário. Tem que sair do sedentarismo e praticar qualquer modalidade, em vez de ficar em espreguiçadeira o dia inteiro."

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Tópicos: esporte, idade, bicicleta